Edicase

Como a inteligência artificial e o Braille podem caminhar juntos pela inclusão

Por Edicase

Publicado em 05/11/2025 12:00:20
Juntos, a inteligência artificial e o Braille fortalecem as bases da escrita e da acessibilidade (Imagem: Chansom Pantip | Shutterstock)

Em um mundo onde 2,2 bilhões de pessoas convivem com algum grau de deficiência visual, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a corrida tecnológica impõe uma reflexão inevitável: até que ponto a inteligência artificial está realmente a serviço da inclusão — e quando começa a substituí-la?

Na Reatech 2025, que acontece de 6 a 8 de novembro, no São Paulo Expo, em São Paulo, a Laramara —  Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual — levanta essa discussão. Em meio a inovações que prometem automatizar a leitura, a escrita e a comunicação de pessoas cegas e com baixa visão, a instituição reforça que a tecnologia deve somar, e não apagar as conquistas históricas da inclusão.

Mais do que um recurso didático, o Braille representa autonomia, identidade e soberania comunicacional. É por meio dele que milhares de pessoas com deficiência visual constroem o pensamento crítico, aprendem a ler e escrever com independência e se conectam ao mundo por meio do tato — um sentido que nenhuma inteligência artificial é capaz de reproduzir.

“A máquina de escrever em Braille não representa um objeto do passado, mas sim uma ponte para o futuro, um instrumento pedagógico que preserva a autonomia, fortalece e conecta o estudante com as bases da escrita e da acessibilidade”, afirma Junia Carla Buzim, pedagoga da Laramara.

A inteligência artificial e o braille se complementam, fortalecendo os métodos tradicionais de aprendizagem (Imagem: zlikovec | Shutterstock)

clássico e o digital aponta para o futuro da acessibilidade: um cenário em que inovação e tradição se complementam para fortalecer a autonomia e a representatividade. Em plena era da inteligência artificial, especialistas reafirmam que nenhum algoritmo substitui o aprendizado que nasce do toque — e que a verdadeira inovação é aquela que amplia, e não apaga, as formas humanas de ver o mundo.

Por Caroline Amorim

  • Mais sobre: