Morre ditador ladrão de bebês

Morreu ontem aos 90 anos no Hospital Militar de Buenos Aires o ex-ditador Reynaldo Bignone, que cumpria prisão perpétua por assassinato, torturas, privação ilegal de liberdade e roubo de bebês, entre outros crimes. Ele presidiu a Junta Militar entre 1982 e 1983 e, ao final do regime, que deixou 30 mil desaparecidos políticos, passou a faixa ao vencedor das eleições de 1983, Raúl Alfonsín.

Antes, porém, determinou autoanistia pelos crimes da ditadura, que foi derrubada por Alfonsín. Mandou destruir todos os documentos sobre a repressão, declarou mortos os desaparecidos e disse que os crimes cometidos pela ditadura foram "ações em serviço". Foi condenado junto com o general Jorge Rafael Videla, presidente de 1976 a 1981, pelo roubo de bebês de mulheres desaparecidas.

Reynaldo Bignone foi internado para tratar de uma fratura no quadril e seria operado ontem, mas sofreu insuficiência cardíaca.