Quito - A Justiça do Equador ordenou, no sábado, a prisão preventiva de duas pessoas responsáveis por uma clínica para dependentes químicos, onde 18 pessoas morreram em um incêndio que teria sido provocado pelos pacientes - informou a Procuradoria. Um juiz "determinou a prisão preventiva dos dois suspeitos", os quais a Procuradoria acusa de crime de homicídio, de acordo com uma nota divulgada pela instituição.
Se considerados culpados, o proprietário da clínica e o encarregado das chaves do centro podem ser condenados a até 13 anos de prisão pela morte de 18 internos que estavam nesse estabelecimento durante o incêndio deflagrado na sexta-feira. Os suspeitos foram capturados em uma operação policial, durante a qual também se descobriu outro centro de reabilitação clandestino. Nele, as autoridades encontraram pessoas "retidas contra sua vontade e presas nas instalações com correntes e cadeados", acrescentou a Procuradoria.
Nessa outra clínica, a Polícia prendeu cinco pessoas, entre elas o suposto administrador e vários funcionários. Eles foram indiciados por sequestro. A clínica, onde morreram 18 pessoas, não tinha permissão de funcionamento, informou ontem o governo de Guayas, no sudoeste do país.
"O estabelecimento operava de forma irregular, visto que sua permissão de funcionamento não tinha sido renovada", destacou o governo em um comunicado, citando a Agência de Asseguramento da Qualidade dos Serviços de Saúde e Medicina Pré-paga.
Na sexta-feira, o incêndio deixou 18 mortos por asfixia e oito feridos. Algumas das vítimas tinham "queimaduras de alto grau de complexidade", acrescentou a entidade. A chefe de Polícia dessa região, Tanya Varela, disse à imprensa que os internos "empilharam os colchões e provocaram um incêndio. Pode ser uma prática adotada para serem tirados de lá, porque estavam trancados".
Imágenes captadas por el ECU 911 del incendio registrado la tarde de este viernes en una casa del Suburbio de Guayaquil. 16 fallecidos por asfixia fueron hallados en el inmueble » https://t.co/WJCXciZQVk pic.twitter.com/b9PNodaiYO
— El Comercio (@elcomerciocom) 11 de janeiro de 2019
O número de internos que permanece na clínica não foi determinado, mas o governador de Guayas, Raúl Ledesma, disse na véspera que havia no local de 30 a 40 pessoas. Já um sobrevivente afirmou que havia 56.
As autoridades equatorianas identificaram centros ilegais. Em condições insalubres e com excesso de lotação, essas instituições oferecem serviços de reabilitação para pessoas com dependência em álcool e drogas.