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Johnson & Johnson vai testar vacina em 60 mil voluntários; 7 mil serão do Brasil

Teste da vacina produzida pela multinacional norte-americana no Brasil foi autorizado na última terça-feira pela Anvisa

Brasília já iniciou testes com outras vacinas
Brasília já iniciou testes com outras vacinas -
A  Johnson & Johnson quer testar sua vacina contra o novo coronavírus em 60 mil voluntários, distribuídos nos Estados Unidos e em outras partes do mundo, como o Brasil - onde a estimativa é de que 7 mil pessoas sejam incluídas neste ensaio clínico, que deverá começar em setembro. As informações são da Reuteurs. 
O teste da vacina produzida pela multinacional norte-americana no Brasil foi autorizado na última terça-feira pela Anvisa, e será distribuído nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Norte.
De acordo com a Anvisa, o teste inclui a aplicação de dose única do imunizante ou placebo. O recrutamento dos voluntários será de responsabilidade dos centros que conduzirão a pesquisa.
Ensaio clínico
O ensaio clínico estudará a potencial vacina denominada Ad26 COV2.S, que é composta de um vetor recombinante, não replicante, de adenovírus tipo 26 (Ad26), construído para codificar a proteína S (Spike) do SARS-CoV2, o novo coronavírus.

Os dados que embasaram a autorização da Anvisa incluíram estudos não clínicos com a vacina e dados não clínicos e clínicos acumulados de outros imunizantes que utilizam a mesma plataforma Ad26. Os estudos de fase 1 e 2 com a candidata foram iniciados em julho nos Estados Unidos e na Bélgica.

"O ensaio clínico de fase 3 aprovado será conduzido em etapas e cada etapa só será iniciada se os resultados que estiverem disponíveis no momento, obtidos nas primeiras fases e no próprio estudo de fase 3, sejam satisfatórios para continuidade do estudo", explicou a Agência.

Para a aprovação, a Anvisa realizou reuniões com a equipe da Janssen, farmacêutica belga da Johnson & Johnson, a fim de alinhar todos os requisitos técnicos necessários para os testes.

Este é o quarto estudo de vacina contra o novo coronavírus autorizado no Brasil. No dia 2 de junho, a Anvisa permitiu o ensaio clínico da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, com a AstraZeneca; no dia 3 de julho, o do imunizante desenvolvido pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantã; e no dia 21 do mesmo mês, os das duas vacinas desenvolvida pela BioNTech e Pfizer.

Dose única de vacina experimental teve resultados efetivos em macacos

No dia 30 de julho, a Johnson & Johnson anunciou que a sua principal candidata à vacina contra o novo coronavírus havia apresentado resultados positivos em testes realizados em macacos. O estudo, de fase pré-clínica, foi publicado na revista científica Nature.

O imunizante "induziu uma robusta resposta imune" ao Sars-CoV-2, afirmou a publicação. Quando expostos ao vírus, todos os seis animais que receberam a substância ficaram completamente protegidos de doenças pulmonares, e cinco de seis ficaram protegidos de infecções, tal como verificado pela presença do vírus em amostras nasais.

Em mais um acordo para adquirir vacinas contra o novo coronavírus, os Estados Unidos firmou um contrato, no último dia 5, com a Johnson & Johnson de mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões) por 100 milhões de doses da candidata a imunizante da empresa. À medida que a corrida por imunização e tratamentos para a covid-19 se intensifica, a Casa Branca tem assinado acordos por meio do programa Operação Warp Speed.

Este contrato custa aproximadamente US$10 (R$ 53) por dose produzida. Se considerados os US$456 milhões (R$2,4 bilhões) anteriores que o governo norte-americano prometeu à J&J pelo desenvolvimento do imunizante, sai US$14,50 por dose (R$77).
*Com informações do Estadão Conteúdo