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Estudo aponta que mulheres teriam melhor resposta imunológica ao coronavírus

Publicado na revista científica Nature, a pesquisa lembra que 'os homens representam 60% das mortes por covid-19 no mundo'

Reabertura do Corcovado
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A resposta imunológica das mulheres contra a COVID-19 pode ser maior do que a dos homens, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (26), embora sua base estatística seja muito pequena.
"O que descobrimos é que os homens e as mulheres desenvolvem diferentes tipos de resposta imunológica para a COVID-19", afirma o principal autor do estudo, o professor Akiko Iwasaki, em um vídeo divulgado pela Universidade de Yale, Estados Unidos.

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Lara Mendes, estudante, 15 anos: olhos atentos e fixos na leitura Cléber Mendes
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Líbia Bellusci, enfermeira, 35 anos: expressão retrata dura luta dos profissionais de Saúde contra a covid-19 Luciano Belford/Agência O Dia
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Segundo este especialista da imunidade, "essas diferenças podem implicar uma maior suscetibilidade dos homens diante da doença".
Publicado na revista científica Nature, o estudo lembra que "os homens representam 60% das mortes por COVID-19 no mundo".
Segundo a pesquisa, a ação dos linfócitos T (que matam as células infectadas e são responsáveis por uma das partes da resposta imunológica) era mais forte nas mulheres do que nos homens, entre os pacientes analisados.
E, ao contrário dos homens, as mulheres puderam desenvolver uma resposta significativa dos linfócitos T, inclusive em idades avançadas.
Por outro lado, no início da infecção, os homens produziram globalmente mais citocinas do que as mulheres.
"É justamente a produção excessiva e descontrolada dessas substâncias, provocada por uma reação do sistema imunológico, que pode gerar formas graves da COVID-19. Esse fenômeno é conhecido como "tempestade de citocinas".
Os autores do estudo observaram que nos homens, a pior resposta de linfócitos T era um fator agravante da doença. E quanto mais velhos eram, mais baixa era a resposta.
Por outro lado, as mulheres que tinham um alto nível de citocina no início da infecção foram as que alcançaram um nível mais grave da doença.
De acordo com os pesquisadores, esses resultados podem levar a diferentes tratamentos de acordo com o sexo do paciente.
O estudo, no entanto, apresenta várias limitações.
Foi baseado em um número baixo de pacientes: 17 homens e 22 mulheres que não estiveram em terapia intensiva (UTI) nem receberam medicamentos no sistema imunológico (havia outros 59 pacientes que não respondiam a esses critérios, para ter um resultado mais amplo).
Além disso, a idade média dos pacientes era alta (em torno dos 60 anos).