Mais Lidas

Funcionários de Bangu 4 foram feitos de reféns em motim

Presos reivindicaram transferência para outra penitenciária

Os fugitivos pularam de uma altura de cinco metros
Os fugitivos pularam de uma altura de cinco metros -

Rio - Após 3h30 de rebelião, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) informou que terminou o motim dos detentos do Presídio Jonas Lopes de Carvalho, conhecido como Bangu 4. Três pessoas foram mantidas de refém - um inspetor, uma enfermeira e um preso. Quinze internos - cinco alinhados ao grupo criminoso paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) - alegam que podem morrer caso continuem neste presídio e negociam com a Seap a transferência para outra unidade. Entre os reféns, ninguém ficou ferido. Dos 2.900 detentos, 70 estavam em área de seguro. A rebelião foi iniciada por integrantes do PCC.

De acordo com uma fonte, que preferiu não se identificar, os presos reivindicavam a transferência para outro presídio por medo de morrerem e a rebelião foi iniciada por integrantes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC).

O DIA teve acesso a conversas de mulheres de presos de Bangu 4 com seus respectivos maridos que usam telefone dentro da cadeia. Segundo esses presos, há meses os criminosos do PCC — que estão em um espaço de isolamento — pedem que sejam retirados de lá e a Seap não tem cedido aos pedidos.

“O problema é com os caras do isolamento que querem transferência e eles não transferem. Mas com a gente aqui, povão da cadeia, tá tudo de boa”, disse um homem para a sua esposa. “Se puder tranquilizar as famílias eu agradeço”, completou o detento por mensagem de celular.

De acordo com inspetores, uma confusão começou, por volta das 13h, quando um preso agrediu um agente penitenciário. Outros detentos deram início ao tumulto, rendendo os reféns. O Grupo de Intervenção Tática (GIT), da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), foi chamado ao local para tentar controlar o motim. Ainda não há informações sobre pessoas feridas.

Em nota, a Seap informou que o motim aconteceu em uma área técnica. O secretário de Estado de Administração Penitenciária, David Anthony, acompanhou a situação no local. Ainda segundo a Seap, foi solicitado apoio da Polícia Militar para a segurança externa do Complexo Penitenciário de Gericinó. Já a Defesa Civil foi acionada por medida preventiva. O espaço aéreo chegou a ser bloqueado.

Três rebeliões em dez meses

Em dez meses essa é a terceira rebelião que acontece no presídio Jonas Lopes, em Bangu. Em agosto um agente penitenciário ficou refém por 25 minutos. Naquela ocasião, três detentos pegaram o inspetor que fazia uma vistoria nas galerias.

Já em fevereiro, um motim começou quando um preso agrediu um agente penitenciário quando era levado para o isolamento. Outros detentos deram início ao tumulto, o que levou os agentes de plantão a acionarem o alarme. O GIT foi acionado e o incidente foi contido. À época um preso ficou ferido.