O enterro do vereador Wendel Coelho (Avante), de 26 anos, no cemitério de Engenheiro Pedreira, em Japeri, Baixada Fluminense, ontem, foi marcado pela dor e revolta de parentes e amigos. Durante a cerimônia, que reuniu cerca de 300 pessoas, o pai do político, Daniel Coelho, de 64 anos, não poupou críticas ao governo do estado por causa da falta de segurança na região.
"Estou enterrando meu filho por falta de segurança não só em Japeri, mas na Baixada Fluminense. Por incompetência do Estado, do governador (Wilson Witzel, PSC), a Baixada está abandonada. Passou das onze da noite, eles (criminosos) mandam. Governador, sai dessa cadeira e vai trabalhar", disse Daniel, que cobrou o esclarecimento do assassinato do vereador. "Quanto tempo vou ter uma resposta de quem matou meu filho? Com a Marielle (Franco), foi um ano. E meu filho, vão ser três, quatro anos?", afirmou.
Em nota, o governador Wilson Witzel declarou que "lamenta a morte do jovem vereador" e que "ordenou à DHBF (Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense) uma investigação rigorosa do caso". Witzel não comentou as críticas do pai do vereador.
Wendel foi morto no domingo, em Engenheiro Pedreira, Japeri. Ele voltava da casa de parentes, em Mangaratiba, acompanhado de um irmão, quando foi atacado. Segundo o delegado titular da DHBF, Moysés Santana, o irmão do vereador, que não se feriu no ataque, será ouvido novamente.