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Dois homens e uma mulher são presos suspeitos de integrarem milícia de Caxias

Grupo praticaria extorsão de moradores e faria ilegalmente a gestão de terras da União na área em que atua. Um dos presos é presidente de Associação de Moradores

Trio é investigado por crimes de homicídio qualificado e constituição de milícia privada
Trio é investigado por crimes de homicídio qualificado e constituição de milícia privada -

Rio - Policiais da 60ª DP (Campos Elíseos) prenderam três pessoas que são suspeitas de fazer parte da milícia que atua no bairro Pilar, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Cristina Almeida dos Santos, Josias Augusto da Silva Junior e Erick Silva Tavares são investigados por crimes de homicídio qualificado e constituição de milícia privada. Cristina é presidente da Associação de Moradores do Mirante do Pilar, que fica na região.

De acordo com a Polícia Civil, na última segunda, o trio perseguiu um morador da comunidade com Erick estando armado para matá-lo. A vítima conseguiu fugir, abandonando a casa onde morava com sua família.

Material encontrado durante as buscas - Divulgação / Polícia Civil

O Mirante do Pilar é formado por área de posse de terras da União. Cristina é presidente da associação da comunidade desde o início da ocupação das terras, em 2011. Por lá, existem cerca de 500 famílias e quase 2 mil moradores vivendo em condições precárias, sem fornecimento de água e luz.

As investigações apontam que a milícia que atua no local possui conexões com grupos paramiliates de outras regiões do município, que são favorecidos pela atuação de Cristina. Os moradores são extorquidos com cobranças de taxas de água e luz, com a obrigação do pagamento e a determinação de regras.

Além das taxas e cobranças de serviços, a associação de moradores detém o monopólio para a gestão da área invadida. A entidade toma para si a ilegítima e exclusiva competência, como se fosse a responsável pela permissão e entrega de títulos de posse, que não têm valor legal. Na atuação, ela proíbe qualquer cessão feita por outras pessoas.

Material encontrado durante as buscas - Divulgação / Polícia Civil

O grupo também determina a distribuição dos lotes não ocupados, promovem a venda do mesmo lote a mais de uma pessoa e fazem invasão de propriedade. Eles ainda expulsam moradores que tenham comprado lotes ou casas sem autorização ou intermediação da associação.

Tudo é feito com o uso de armamento, principalmente no casos da expulsão de moradores, que teria ocorrido pelo menos duas vezes nos últimos 20 dias.

Além dos mandados de prisão dos três milicianos, foram cumpridos mandados de busca e apreensão, com a apreensão de um veículo, objetos, documentos e extratos bancários, que serão analisados nas investigações.

Trio é investigado por crimes de homicídio qualificado e constituição de milícia privada Divulgação / Polícia Civil
Material encontrado durante as buscas Divulgação / Polícia Civil
Material encontrado durante as buscas Divulgação / Polícia Civil
Trio é investigado por crimes de homicídio qualificado e constituição de milícia privada Divulgação / Polícia Civil