'Eu não tenho sentimentos'. Essa é uma das frases ditas por um homem que se identificou como militar do Exército em conversas de aplicativo (WhatsApp) com o jovem de 17 anos apreendido dia 20, em Niterói, Região Metropolitana do Rio, pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). O menor é suspeito de planejar, com a ajuda do militar, ataque a um colégio e um shopping da cidade. No bate-papo, eles falam de armas e explosivos.
"Eu entendo de armas e sei atirar melhor que ninguém. Ainda entendo de explosivos. Eu quero um motivo para te entender. E talvez ir junto", diz o homem, que completa: "Sou o melhor atirador da turma de 2015... Exército. Alvos móveis". "Eu tenho que arrumar explosivos", afirma o adolescente.
A conversa original não estava registrada no telefone. "Estavam apenas os prints. Ele pode ter apagado a conversa de propósito para não deixar pistas", disse o delegado titular da especializada, Robinson Gomes Pereira, que apura se o homem é mesmo militar ou ex-militar e de quando são as conversas.
Em outro trecho, ambos falam em atacar um shopping da cidade, quando o jovem sugere outro centro comercial. "Seria mais impactante. Local muito frequentado", diz o homem. O adolescente argumenta: "Tem muita segurança. Eles iriam sacar as bombas rápido". O homem rebate: "Não se entrar às 19h. Na troca de turno". "E as câmeras?", questiona o jovem. "A gente vai morrer. Fazer tudo correndo", responde o homem.
O adolescente está internado no Centro de Socioeducação Dom Bosco, unidade do Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas) na Ilha do Governador.
Outro alvo do plano era um colégio estadual. Na casa do adolescente, a polícia também apreendeu um facão e um canivete, além de uma máscara dos personagens do seriado La Casa de Papel.