Terreiro é invadido e depredado em Maricá

Um terreiro religioso de matriz africana foi invadido e depredado, em mais um caso de intolerância religiosa, no estado do Rio de Janeiro. O caso aconteceu na madrugada desta quarta-feira (17), em Maricá, na Região Metropolitana. A vítima desta vez foi o babalorixá Jone de Odé, que postou um vídeo nas redes sociais denunciando o caso.

Segundo o religioso, que há 10 anos dirige o terreiro, sua mãe passou no local, na tarde de terça-feira e flagrou um desconhecido no terreiro. Questionado sobre o que fazia no local, o homem disse que estava sem moradia, pois sua casa havia sido inundada pela chuva que caiu na região, na semana passada. 

Ele foi alertado que o terreiro era lugar sagrado e que teria que se retirar. A mãe do babalorixá então acionou a Polícia Militar e voltou à noite ao local, acompanhada por PMs e o invasor resolveu ir embora.

Ontem pela manhã, porém, o babalorixá, que mora no Rio, recebeu o aviso de que o terreiro havia sido depredado. Ao chegar ao local, ele encontrou todas as louças de orixás quebradas e jogadas nos fundo da casa, além de portas arrancadas, e muitos outros objetos sagrados destruídos. Jone de Odé registrou o caso na 82ª DP (Maricá). 

"Encontrei tudo quebrado e jogado no fundo da casa, meu sagrado foi quebrado, foi invadido, uma total falta de repeito, foi construindo com muito sacrifício", disse Jone.

"Como sacerdote e cidadão eu exijo respostas e a punição exemplar sobre os algozes desse crime. Me solidarizo com Babalorixá Jone de Odé, e vamos juntos buscar respostas. Pois a intolerância religiosa não é a melhor estratégia para a construção da coexistência pacífica", afirmou o Babalawô Ivanir dos Santos, da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR).