Luciano havia descoberto que seria pai do primeiro filho poucos dias antes de ser baleado pelos militares. Ele estava muito feliz com a notícia da gravidez da mulher e decidiu trabalhar mais para criar a criança.
"Cortaram minhas pernas e meus braços. Tiraram o meu provedor e levaram o amor da minha vida. Aquele que atendia todas as minhas necessidades e o que beijava a minha barriga todos os dias e dizia que queria ver o nosso filho", lamentou Daiana.
"É inadmissível e inaceitável que se atire primeiro e depois vejam em quem atiraram. Não podemos aceitar que outras famílias passem por isso. Não podemos aceitar a cultura do atira", disse Antônio Carlos, da ONG Rio de Paz, que assiste a família.
Nascido e criado em Anchieta, na Zona Norte, o catador morava na comunidade do Muquiço, em Guadalupe, havia dois anos.