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Irmã de motorista de aplicativo morto no Maracanã lamenta: 'Meu irmão vai virar estatística'

Fernando de Souza Gomes da Silva foi enterrado nesta segunda, dois dias depois de ser atingido por um bloco de concreto arremessado de uma passarela

Fernando de Souza Gomes da Silva morreu no Hospital Salgado Filho
Fernando de Souza Gomes da Silva morreu no Hospital Salgado Filho -
Familiares e amigos de Fernando de Souza Gomes da Silva, de 39 anos, se despediram do motorista de aplicativo no início da tarde desta segunda-feira. O corpo dele foi enterrado no Cemitério de Inhaúma, mais de dois dias depois de ser atingido por um bloco de concreto arremessado de uma passarela no Maracanã, na Zona Norte do Rio.
"No momento, além de eu estar dilacerada,  sinto que meu irmão vai virar estatística", a irmã de Fernando, a pedagoga Simone Santos, 50, resumiu o momento que a família passa. "É um sentimento de revolta, de descaso, de desrespeito".
Fernando estava com uma passageira quando foi atingido pelo concreto, que lhe acertou em cheio. Ele ainda foi socorrido no Hospital Salgado Filho, teve três paradas cardíacas no caminho, mas não resistiu à quarta, já na unidade de saúde.
"Até para enterrá-lo hoje foi um desrespeito porque foi uma bagunça. Ele ia ser enterrado no Caju ontem, avisamos aos amigos, um monte de gente foi e não teve vaga. Meu irmão levou dois dias para ser enterrado", Simone reclamou.
Bloco de concreto acertou o motorista em cheio - Reprodução / Internet
O motorista era separado e deixou duas filhas, uma de 26 anos, que mora fora do país, e outra de 16. Ele morava em Piedade e cuidava do pai, que tem mal de Alzheimer.
O amigo Pedro Pulling, 41 anos, conta que Fernando já deixou de sair diversas vezes para cuidar do pai.
"Eu conheci o Fernando através das festas de flashback que frequentávamos e criamos um grupo de amizade. Eu fiquei muito assustado quando soube da morte dele. Fiquei sem chão, cheguei a tremer", o segurança relembra.
As investigações da morte do motorista estão sendo feitas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DH). Os policiais estão ouvindo testemunhas e procurando por imagens de câmeras de segurança da região para saber quem jogou o bloco de concreto.
Fernando de Souza Gomes da Silva morreu no Hospital Salgado Filho Arquivo Pessoal
Bloco de concreto acertou o motorista em cheio Reprodução / Internet