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Polícia Civil faz megaoperação contra braço financeiro da milícia de Ecko

Agentes fazem pente-fino no transporte alternativo da Zona Oeste para encontrar irregularidades

Vans da Zona Oeste estão sendo fiscalizadas na operação
Vans da Zona Oeste estão sendo fiscalizadas na operação -
O Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE) faz, desde as primeiras horas desta quarta-feira, uma megaoperação contra o braço financeiro da milícia de Wellington da Silva Braga, o Ecko, a maior do estado. A ação é comandada pela Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) e acontece em bairros da Zona Oeste do Rio e em regiões da Baixada Fluminense.
Nos dois dois sentidos da Avenida Felipe Cardoso, principal via de Santa Cruz, policiais da DRFA fazem um pente-fino no transporte alternativo da região para encontrar irregularidades. A fiscalização inclui checagem dos documentos dos motoristas, além de uma perícia nos motores e chassis dos automóveis para encontrar possíveis veículos roubados.
A milícia de Ecko é suspeita ter um elo econômico com as vans que circulam na região. Até o momento, seis delas foram apreendidas.

"Temos informações de que diversas vans roubadas de outras áreas do Rio de Janeiro são utilizadas aqui para transporte alternativo de pessoas para fazer levantamento de dinheiro para o grupo atuante de milicianos da região", destaca o titular da DRFA, o delegado Alessandro Petralanda, que está em Santa Cruz.
 
PRISÕES
Na comunidade do Rola, também em Santa Cruz, policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) prenderam Gabriel Lima dos Santos, conhecido como GB, contra quem havia três mandados de prisão em aberto. Ele é apontado como ex-traficante e atua como "soldado" da milícia de Ecko no Rodo.
Em um imóvel do bairro vizinho de Senador Vasconcellos foi preso Yago Sanchez Cardoso, 26. Ele estava com uma pistola calibre .380 com numeração raspada, R$ 3,4 mil em espécie e R$ 8,5 mil em cheque, em nome de terceiros. Yago é suspeito de integrar a milícia que comanda a Carobinha, atuando na produção de carros clonados.
Em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, o Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de de Dinheiro (DGCOR-LD) apreendeu um vasto material em um condomínio do Minha Casa e Minha Vida. As munições calibre 12, o colete, a farda camuflada, as réplicas de fuzil e a espingarda de ar comprimido encontradas eram usadas para amedrontar moradores em troca do recebimento de "taxa de segurança".
De acordo com a Polícia Civil, quando os agentes do DGCOR-LD chegaram na região os milicianos fugiram, deixando o material para trás.
Em Campo Grande, policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Intelectual (DRCPIM) apreenderam mais e cinco toneladas de produtos que eram vendidos em "shoppings da milicia".
LIGA DA JUSTIÇA
A milícia comandada por Ecko é a maior do estado e se autodenomina Liga da Justiça. O grupo paramilitar age na Zona Oeste da capital, principalmente em Campo Grande, Santa Cruz e Paciência, e em outras regiões do estado, como Itaguaí e Baixada Fluminense.
Contra Ecko há 10 mandados de prisão em aberto, dentre eles, por homicídio, extorsão, receptação e organização Criminosa. O Disque Denúncia oferece uma recompensa de R$ 10 mil para quem der informações que possam levar à sua captura.
Vans da Zona Oeste estão sendo fiscalizadas na operação Reprodução / TV Globo
Vans da Zona Oeste estão sendo fiscalizadas na operação Reprodução / TV Globo