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Tira onda na cadeia

Suspeito de envolvimento no caso Marielle Franco gostava de ostentar na internet

José Márcio Mantovano, o Márcio Gordo
José Márcio Mantovano, o Márcio Gordo -

Passeios de iate, jogos em cassinos, relógios Rolex, tudo regado a muito champanhe. Assim era a vida de José Márcio Mantovano, o Márcio Gordo. Até ontem. Ele foi um dos quatro presos na operação Submersus, contra suspeitos de envolvimento no sumiço das armas do caso Marielle Franco e Anderson Gomes. Com uma tatuagem do mafioso mais famoso do cinema, o personagem Don Corleone, do filme O poderoso Chefão, Gordo é acusado de ter mandado sumir com a submetralhadora que matou — na noite de 14 de março de 2018 — a vereadora e o seu motorista. A arma teria sido jogada no mar.

Em um vídeo divulgado ontem pela Polícia Civil, Gordo foi flagrado saindo com uma caixa de papelão de um condomínio no Pechincha, em Jacarepaguá, onde mora a sogra do sargento reformado da PM Ronnie Lessa, preso e apontado como o autor dos disparos contra Marielle e Anderson. A polícia suspeita que ele tenha ido ao local para buscar a arma usada nos crimes para, depois, sumir com elas.

De acordo com investigadores da polícia, a arma usada por Lessa no crime estava escondida no imóvel do Pechincha e foi levada em 13 de março deste ano por Gordo e outro suspeito preso ontem: Bruno Figueiredo, cunhado de Lessa.

Em imagens de seu perfil no Facebook, Márcio Gordo sempre fez questão de divulgar sua vida de luxo e ostentação. Ele também aparece em fotos com personalidades, como o lutador de MMA José Aldo; o presidente Jair Bolsonaro (PSL); o deputado estadual Bebeto (Podemos), para quem fez campanha eleitoral nas redes; e vários cantores. A reportagem não conseguiu falar com a defesa de José Márcio.

José Márcio Mantovano, o Márcio Gordo Arquivo Pessoal
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