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Soldado do Exército é baleado durante guerra de traficantes em Costa Barros

Confronto começou no fim da tarde de ontem quando criminosos do Chapadão tentaram invadir a região dominada por rivais

Passageiros do metrô se protegeram dos disparos
Passageiros do metrô se protegeram dos disparos -
Um soldado do Exército foi baleado durante a guerra de traficantes dos complexos do Chapadão e da Pedreira, em Costa Barros, na Zona Norte do Rio, na noite desta quinta-feira. O militar, que não teve a identificação revelada, estava de carro na Avenida Pastor Martin Luther King Junior quando foi ferido nas costas, por volta das 19h30.
De acordo com o Comando Militar do Leste (CML), o soldado foi socorrido na UPA de Irajá. De lá, ele foi levado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, onde passa por exames.
"(Ele) está consciente e deve ser evacuado nas próximas horas para um Hospital Militar", o CML informou em nota, por voltas 8h. "A autoria do disparo está sendo apurada".
Por causa do confronto na região, PMs do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e do 41º BPM (Irajá) fazem uma operação no entorno da Pedreira, desde a noite de ontem.
A Polícia Civil também está na região com agentes dos departamentos de Polícia da Capital (DGPC), Baixada (DGPB) e Especializadas (DGPE), além da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).
Até o momento não há informações de prisões, confrontos ou possíveis feridos nas ações desta sexta.

Galeria de Fotos

Passageiros do metrô se protegeram dos disparos Reprodução / Internet
Passageiros do metrô se protegeram dos disparos Reprodução / Internet
Sete ônibus foram incendiados Reprodução / Internet
Sete ônibus foram incendiados Reprodução / Internet
Tiros atingiram residências da região Reprodução / Internet
Tiros atingiram residências da região Reprodução / Internet
Confronto foi entre traficantes rivais do Chapadão com Pedreira Reprodução / Internet
Confronto foi entre traficantes rivais do Chapadão com Pedreira Reprodução / Internet
INTENSO TIROTEIO
O confronto no Complexo da Pedreira começou no fim da tarde de ontem quando criminosos do Chapadão tentaram invadir a região dominada por rivais. A guerra de traficantes foi marcada por um intenso tiroteio, que durou até pelo menos por volta das 22h e teve sete ônibus queimados.
Os disparos também atingiram residências próximas e fizeram com que a estação Engenheiro Rubens Paiva do metrô fosse fechada por cerca de três horas. Fotos que circulam na Internet mostram passageiros se protegendo dos tiros. A estação de Costa Barros da SuperVia também foi fechada.
Os ônibus incendiados:
729L (Parque São Vicente x Méier) - viação Flores
720L  (Novo Rio x Madureira) - Flores
734L (Vila Norma x Cascadura) - Flores
920 – (Pavuna x Bonsucesso) - Gire Transportes (dois veículos)
688 (Pavuna x Méier)) - Viação Pavunense
778 (Cascadura x Pavuna) - Viação Vila Real 
A Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) repudiou o ataque aos ônibus.
"Com estes casos, sobe para 206 o número de ônibus incendiados no Estado do Rio desde 2016, dos quais apenas sete veículos foram recuperados e retornaram à operação. Do total, mais de 40% eram climatizados. O custo de reposição se aproxima de R$ 90 milhões, recursos que poderiam estar sendo investidos na melhoria do transporte público com a renovação da frota. A capital é a cidade mais atingida por esse tipo de ação criminosa. Foram 102 casos desde 2016, sendo 15 somente em 2019.
 A população é a maior prejudicada com a redução da oferta de transportes. Um ônibus incendiado deixa de transportar cerca de 70 mil passageiros em seis meses, tempo necessário para a reposição de um veículo no sistema. Se somarmos a frota incendiada desde 2016 (207), potencialmente, deixam de ser transportados cerca de 14,5 milhões de passageiros nesses veículos.
É importante lembrar que a inexistência de seguro para esse tipo de sinistro e a crise econômica do setor, que tem feito as empresas perderem gradativamente a capacidade de investimento em renovação da frota, tornam inviável a reposição de ônibus incendiados", a Fetranspor disse, em nota.
A RioÔnibus também repudiou o ataque aos veículos.
"Os coletivos incendiados por criminosos foram destruídos pelas chamas e não voltarão a operar, impactando o serviço prestado à população. Vale ressaltar que não há seguro indenizatório para esse tipo de ocorrência.

A falta de segurança pública é especialmente cruel com o transporte público por ônibus.

A frota vem sendo atacada constantemente em diferentes bairros da cidade, prejudicando a saúde financeira do sistema e principalmente a prestação adequada do serviço à população, além de pôr em risco a vida de rodoviários e passageiros", o sindicado que reúne as empresas afirmou, em nota.
Vários vídeos que circulam nas redes sociais mostram a situação tensa na região; confira!