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Operação tenta prender mais de 30 traficantes de Angra dos Reis

Ação acontece dois dias depois de sete corpos terem sido encontrados em um caminhão abandonado no município da Costa Verde

Operação acontece dois dias depois de sete corpos terem sido encontrados em uma caminhonete
Operação acontece dois dias depois de sete corpos terem sido encontrados em uma caminhonete -
O Ministério Público estadual (MPRJ), a Polícia Militar e a Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap) fazem, desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira, a Operação Martelo de Thor, para prender 32 pessoas envolvidas com o tráfico de drogas de Angra dos Reis. Além dos mandados de prisão, há também outros 68 de busca e apreensão, que também são cumpridos em municípios do Sul Fluminense.
A ação acontece dois dias depois de sete corpos terem sido encontrados em uma caminhonete abandonado, no município da Região da Costa Verde. No momento em que os agentes chegaram à região hoje, por volta das 5h, houve disparos de tiros.
O inquérito policial da investigação foi desmembrado em cinco denúncias pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ): duas tratam de sete líderes do tráfico da região que estão soltos e outros seis presos; duas contra cinco criminosos presos e 10 soltos; e a quinta contra quatro acusados de tráfico de drogas no distrito de Lídice, em Rio Claro.
HOMICÍDIOS
Interceptações telefônicas mostraram que a quadrilha, além da venda de drogas, também praticou diversos homicídios. Dentre os crimes do bando está o ataque contra a turista inglesa Eloise Dixon, no dia 6 de agosto de 2017. Na ocasião, ela foi baleada, quando entrou por engano em uma comunidade de Angra e seu veículo ignorou à ordem de parada dada pelos traficantes.
O tráfico na região é comandado por Antonio Pinto Figueiredo Neto, conhecido como Dino. Ele mantém uma rede de subordinados, que também foram denunciados pelo MPRJ.
Outros líderes do bando são Divaldo Fernandes Ramos, o PS, e Jacson Lima Ferreira, JK, que mesmo preso segue negociando a comercialização de drogas do grupo e ordenando a morte de opositores.
CONVERSAS INTERCEPTADAS
Uma das conversas interceptadas pela polícia durante as investigações mostrou uma série de ações do chefe do tráfico da região. Ele foi flagrado negociando o fornecimento de drogas e munições a comparsas, cooptando novos criminosos para a quadrilha, orientando subordinados de como agir para defender e retomar territórios do bando, além de estimular homicídios por novos membros, para que eles se acostumassem com a prática.
"Ademais, as investigações demonstraram que, do interior do presídio, o denunciado Divaldo, além do controle da venda de drogas em diversas comunidades de Angra dos Reis, ordenava ou autorizava a prática de homicídios, bem como pretendia implementar nestas localidades atividades típicas de milícia, como a cobrança de 'taxa de segurança' de empreendimentos para permitir o seu funcionamento, bem como a monopolização da distribuição de serviços como fornecimento de água, TV e internet em favor de empresas que realizam pagamentos mensais à organização, impedindo a livre concorrência no mercado", relata trecho da denúncia do MPRJ.
Os mandados da operação foram expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Criminal de Angra dos Reis. Os acusados vão responder por tráfico, associação para o tráfico e extorsão.