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Polícia Civil pede prisão preventiva para acusado de incendiar casa e matar enteados em Paraty

Suspeito teria cometido o crime por ciúme das crianças com a companheira

A Polícia Civil pediu ontem a prisão preventiva de Fernando Evangelista, de 26 anos, acusado de atear fogo em casa, em Paraty, na Costa Verde do Rio, causando a morte de seus três enteados, de 4, 5 e 7 anos de idade. O suspeito foi encaminhado para a Cadeia Pública Franz Castro, em Volta Redonda, e deve participar hoje de audiência de custódia.

Segundo o delegado Marcelo Russo, da 167ª DP (Paraty), Fernando Evangelista teria passado a noite consumindo bebidas alcoólicas com a mãe das vítimas e sua companheira, de 25 anos. Ele também teria confidenciado a vizinhos que não gostava dos enteados, identificados como Marya Alice de Almeida Santos da Conceição, de 4 anos, Cauã de Almeida Santos da Conceição, de 5, e Marya Clara de Almeida Santos, de 7. Todos foram socorridos após o incêndio, mas só a mãe resistiu. Até ontem o estado de saúde dela era grave. Ela está internada no Hospital Municipal de Praia Brava.

O suspeito foi acusado por três homicídios com emprego de fogo, majorado pelo fato das vítimas serem menores de 14 anos, uma tentativa de feminicídio e, por fim, o crime de incêndio em local habitado. Segundo o delegado, somadas todas as acusações, o padrasto pode pegar mais de cem anos de prisão. 

Apesar de não ter confessado o ato, a Polícia Civil confirma ter indícios suficientes para confirmar a autoria do padrasto. Em primeiro momento, ele teria tentado responsabilizar um dos enteados como responsável por colocar fogo em um colchão. Mas a acusação não se sustentava. "Ele deixou a mulher no banheiro para evitar que ela ajudasse as crianças. Para nós está claro a responsabilidade dele pelo incêndio", conta o delegado Marcelo Russo.  

Fernando já possuía passagem na polícia por crime de depositário infiel, que é quando o autor fica responsável por bem ou quantia de terceiros e permite que esse material seja vendido, roubado ou se perca. O caso foi registrado em São Paulo, cidade onde o acusado morava antes de ir residir no município litorâneo do Rio.