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Operação contra quadrilha de estelionatários mira policial civil aposentado e família

Mandados estão sendo cumpridos na Região Serrana e em Copacabana

Mandados estão sendo cumpridos em Itaipava e em Copacabana
Mandados estão sendo cumpridos em Itaipava e em Copacabana -
Rio - A Polícia Civil e o Ministério Público estadual (MPRJ) fazem, desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira, uma operação contra uma quadrilha que pratica estelionatos e lavagem de dinheiro no Lage Country Club, que fica em Itaipava, na Região Serrana. São cinco mandados de prisão e três de busca e apreensão contra o grupo que é da mesma família acusado de se alternar na direção do clube.
Os investigados são acusados de praticar estelionato, falsidade ideológica, apropriação indébita e lavagem de dinheiro. A ação acontece em Itaipava e em Copacabana, na Zona Sul do Rio.
Os alvos da ação:
. Fábio André de Siqueira Ribeiro (policial civil aposentado): foi presidente e tesoureiro do Lage Country, é o líder da organização criminosa
. Cláudia Nunes Ribeiro (esposa de Fábio André): também ex-presidente do clube
. Célia Moura Ribeiro (mãe e Cláudia)
. Luana Paes Loureiro (filha de Cláudia)
. Julio César Regoto Fonseca (genro de Cláudia)
Célia, Luana e Júlio César ocuparam cargos na diretoria do clube e nos Conselhos Deliberativo e Fiscal, além de terem cedido seus nomes e contas bancárias para a prática dos crimes citados.
INVESTIGAÇÕES
As investigações apontaram que metade dos sócios do clube, ou seja, 36, entraram com uma notícia-crime em janeiro deste ano contra o grupo, que se recusava a prestar contas da situação financeira do local. Pelo estatuto do Lage Country Club, as contribuições dos sócios, doações, juros, renda da venda de materiais e da exploração dos serviços contratados, além de outras receitas eventuais, eram de propriedade da associação. No entanto, a quadrilha usava o dinheiro para interesses próprios.
Ainda segundo as investigações, Cláudia era considerada o braço financeiro da organização criminosa, e suas contas bancárias transitou a maior parte do dinheiro arrecadado ilicitamente pela quadrilha. A a maior parte das movimentações financeiras era feita em sua conta pessoal, com os bens colocados em seu nome. 
De 2 de janeiro de 2013 a 19 de novembro de 2018, mesmo constando como dependente de Fábio na declaração de Imposto de Renda e sem declarar qualquer receita ou atividade financeira, circulou nas contas bancárias dela a maior parte do dinheiro movimentado pela organização o qual, segundo as investigações, ultrapassou os R$ 4 milhões.
O ESQUEMA
Para se perpetuar na diretoria do clube, o grupo elegia, em assembleia, integrantes do conselho deliberativo que não haviam se candidatado ou que já não eram mais sócios, sem que as pessoas eleitas soubessem, funcionando como uma espécie de "laranjas". Os cargos eram importantes para eles, já que, dessa forma, podiam se eleger e, em seguida, aprovar suas contas sem que houvesse questionamentos.
O grupo buscava se manter na direção do clube e obter vantagem, induzindo outros sócios a acreditarem que estavam agindo de forma lícita. Os criminosos mantinham registros de pagamentos de funcionários que nunca trabalharam no Lage, mas que prestavam serviços particulares aos fraudadores. Além disso, tinham plano de saúde bancado pela verba de associação e adquiriam bens de luxo.
Outro crime praticado pelo bando foi a apropriação do dinheiro da venda de um imóvel pertencente ao Lage, bem como a renda do aluguel das instalações do estabelecimento.