Polícia
Mulher que disse 'odeio preto' para jovem em loja do McDonald's é indiciada por três crimes
Amanda Queiroz Ornela irá responder por racismo, ameaça e falsidade ideológica
Por Romulo Cunha
Publicado às 31/08/2023 16:14:18Rio - A Polícia Civil indiciou, nesta terça-feira (29), a auxiliar administrativo Amanda Queiroz Ornela pelos crimes de racismo, ameaça e falsidade ideológica depois dela dizer "odeio preto" para um jovem negro dentro de uma loja do McDonald's em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, no dia 31 de julho.
A investigação da 35ª DP (Campo Grande) apontou que a mulher, que se apresentou como médica e disse que era casada com miliciano, ofendeu o estudante Mattheus da Silva Francisco, de 22 anos, apenas por ele ser negro. A ofensa estava sendo investigada por injúria por preconceito até o depoimento de funcionários do estabelecimento. Contudo, os agentes decidiram mudar a tipificação para racismo depois das oitivas. A diferença para o racismo e a injúria é o alvo dessas ofensas. O primeiro é entendido como um crime contra a coletividade. Já o segundo é direcionado ao indivíduo.
Por ter mentido sobre sua profissão duas vezes, uma no momento do crime e outra em seu primeiro depoimento, ela também foi autuada por falsidade ideológica. Já por causa da tentativa de intimidação, ela irá responder por ameaça. De acordo com o delegado Vilson de Almeida, o processo já foi enviado para a Justiça.
"Relatamos e encaminhamos para a Justiça. Agora, ela vai ser processada judicialmente e poderá ser condenada pegando uma pena de até 10 anos de prisão", contou.
No dia dos crimes, Amanda teria dito que não sabia o motivo do jovem estar no estabelecimento porque ele não teria dinheiro para comprar lanche. No vídeo, obtido pelo O DIA, a mulher aparece dizendo "odeio preto" duas vezes, que não é "obrigada" a gostar e que "racismo não dá cadeia".