Dia Mundial da Saúde: Transformando o estresse em aliado

No mundo inteiro. o estresse é encarado como o mal do nosso século. Corresponsável por casos de infarto e de doenças, como obesidade e depressão, o problema ganhou força em nossa sociedade cada vez mais imediatista e hiperconectada. Mas, e se deixarmos de nos deter tão somente em combater esse problema e passarmos a usá-lo a nosso favor? O Dia Mundial da Saúde, lembrado hoje, é uma boa ocasião para mudarmos nossos hábitos em busca de uma melhor saúde mental.

"O estresse é o nosso vilão, mas a verdade é que não conseguimos viver sem ele. Esse problema sempre existiu, desde quando o homem das cavernas precisava se proteger de seus predadores. Mas, para a nossa sorte, no nosso tempo já é possível transformar o estresse em aliado", explica a psicóloga Daniela Faertes, especialista em Mudança do Comportamento.

O estresse pode ser entendido como tudo aquilo que nos tira da rotina ou do curso natural das coisas. A especialista afirma que podem ser coisas boas ou ruins. "Ser promovido, se mudar para um lugar melhor, fazer aquela grande festa que você sempre sonhou. Tudo isso são estressores também, não somente eventos negativos", lembra a psicóloga, diretora do Espaço Ciclo (RJ).

Estudos recentes apontam que o estresse não é somente o vilão da relação. É possível utilizá-lo a nosso favor. Pesquisa da Universidade da Califórnia (EUA) mostra que certas quantidades de estresse podem estimular a produção de neurônios responsáveis pelo nosso aprendizado e performance. Outro estudo, encabeçado por pesquisadores da Universidade de Stanford (califórnia, EUA), destaca que o estresse nos afeta mais positivamente ou negativamente, dependendo da crença que temos sobre ele.

Uma verdadeira mudança de paradigma para a saúde mental. Outra pesquisa, essa da Universidade de Harvard (EUA), diz que a aceleração cardíaca, uma das típicas respostas fisiológicas do estresse, que correlaciona ele com doenças cardíacas, pode ser interpretada como um bombardeio de força e energia. Há dilatação dos vasos e respiração ofegante, em geral associados à ansiedade, o que leva mais oxigênio para o cérebro. Se interpretadas como uma forma de maior foco e preparação para lidar com os desafios, colocam o nosso organismo em estados parecidos com o que estamos quando temos o sentimento de coragem e empolgação.

Daniela Faertes indica algumas mudanças que podemos fazer para começarmos a utilizar esse problema a nosso favor: Aceite o estresse como algo inevitável e que faz parte do dia a dia das pessoas, independentemente das dificuldades e desafios que cada um tenha; tente reinterpretar as respostas fisiológicas que ele gera como uma grande preparação para ação, para te ajudar na resolução de problemas e desafios da vida cotidiana; não deixe de procurar formas de relaxamento, como exercícios e meditação, pois não são comportamentos excludentes. A ideia não é ser uma pessoa mais estressada e, sim, lidar diferentemente com ele quando aparecer.