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Coronavírus: Brasil registra nova queda na taxa de contágio, mas transmissão continua descontrolada

Imperial College de Londres fez novos cálculos para contágio e transmissão do coronavírus no país

Imagem computadorizada do coronavírus
Imagem computadorizada do coronavírus -
A taxa de contágio do novo coronavírus (Sars-Cov-2) no Brasil registrou queda pela terceira semana seguida, segundo cálculos do Imperial College, uma das principais instituições globais de pesquisa de epidemias. Embora o índice tenha melhorado novamente, o Brasil ainda possui taxa acima de 1, o que indica que a transmissão continua fora de controle.

A taxa, também chamada de Rt, mostra para quantas pessoas na média cada infectado com a Covid-19 transmite o patógeno.

Nesta semana, a taxa registrada no Brasil foi de 1,05, isto é, cada 100 pessoas contaminadas transmitem o vírus para outras 105, que, por sua vez, transmitem para 110,25 e assim por diante, fazendo com que a doença se espalhe em velocidade progressiva no país.

Na semana passada, a taxa calculada para o país era de 1,08. A maior foi registrada no final de abril, quando chegou a 2,8. Esta é a oitava semana seguida em que o Brasil registra transmissão fora de controle.

A taxa de contágio brasileira é a 27ª maior entre os 51 países acompanhados. São considerados com transmissão ativa outros cinco países da América do Sul, todos com taxas mais altas que o Brasil: Bolívia e Peru (1,36), Argentina (1,29), Chile (1,12) e Colômbia (1,1).

De 24 países com transmissão fora de controle no começo de maio, outros 15, além do Brasil, continuam nessa situação. Entre esses, o país tem o terceiro número mais baixo.

Os pesquisadores do Imperial College utilizam em seus cálculos o número de mortes e, por isso, o impacto de medidas de prevenção ao contágio aparece apenas em algumas semanas, ja que a taxa calculada se refere ao momento de infecção.

Os pesquisadores também analisam a precisão dos dados de casos de coronavírus divulgados por país. Para isso, eles partem da premissa que os mortos equivalem a 1,38% dos casos relatados, e estimam quantos deveriam ser os casos a partir das mortes divulgadas cerca de duas semanas depois (média de 10 dias, com desvio padrão de 2).

Pelos cálculos, os números de casos registrados pelo Brasil nas duas semanas anteriores são 34% dos que seriam esperados pelo número de mortes relatadas na última semana.