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Quem é comunicador comunitário sabe...

A importância da agência de comunicação para uma favela

Edilano Cavalcante, formado em comunicação e cinema pela Faculdade Facha, atualmente atua como coordenador da ACC Fala Manguinhos
Edilano Cavalcante, formado em comunicação e cinema pela Faculdade Facha, atualmente atua como coordenador da ACC Fala Manguinhos -

Ser comunicador comunitário é estar atento a tudo que acontece em seu território de atuação, conversar com os moradores, projetos sociais, lideranças locais, acompanhar as ações de intervenção do Estado no bairro, e também estar ponderado às outras mídias, para se atualizar e questionar as narrativas de interesse público.
A linguagem utilizada precisa ter identificação local, representando um olhar crítico e popular. É fundamental fazer parte do lugar, conhecer as belezas e as mazelas de cada beco e rua que corta o território, para que no momento de transformar em narrativa possa ir além de um roteiro formal, frio e distanciado de seu processo histórico, apresentando apenas fatos momentâneos, "esquecendo" das ações e experiências históricas e culturais que afetam o lugar.
No complexo de Manguinhos, temos a Agência de Comunicação Fala Manguinhos, que desde 2014 vem lutando para tornar públicas as vozes desse território, ampliando suas pautas e apresentando as histórias de seus personagens. Ao longo desses anos tivemos muitas emoções, conquistas, aprendizados e perdas, mas acima de tudo tivemos a certeza da importância de existirmos enquanto comunicadores comunitários.
Quem é comunicador comunitário sabe que historicamente as favelas foram e ainda são representadas por comunicadores distantes da realidade favelada, criando narrativas restritas sobre o cotidiano desses lugares. Tais produções interfere diretamente nas memórias que ressoam pelas outras janelas de comunicação.
Convido o leitor a olhar para a comunicação comunitária como uma possível via de democratização da comunicação brasileira, de perceber a importância que tem uma agência de comunicação para uma favela, um quilombo, uma aldeia, ou qualquer outro espaço que esteja à margem do núcleo duro da comunicação tradicional.
Um salve a todas e todos que fazem parte desse movimento de resistência pelo Brasil.

 

Edilano Cavalcante, formado em comunicação e cinema pela Faculdade Facha, atualmente atua como coordenador da ACC Fala Manguinhos Ruan Oliveira / Divulgação
Edilano Cavalcante, formado em comunicação e cinema pela Faculdade Facha, atualmente atua como coordenador da ACC Fala Manguinhos Ruan Oliveira / Divulgação

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