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As rainhas da vida real

Assim como no clipe de Lud, a coroa está na cabeça de quem não desiste de sonhar

Mirna Moreira
Mirna Moreira -

Todo reino, seja ele encantado ou baseado em fatos reais, tem uma realeza. E pensando nisso, a cantora Ludmilla lançou o clipe de Rainha da Favela, na sexta-feira, que exalta a força da mulher periférica. O hit, claro, caiu na boca do povo. Mas para muito além da ficção, o MEIA HORA ouviu histórias inspiradoras de mulheres reais, criadas em comunidades do Rio, que venceram os obstáculos da vida e, hoje, exibem com orgulho suas coroas.

É o caso de Mara Rosa, de 35 anos. Cria do Salgueiro, na Zona Norte, a jornalista e administradora descobriu na educação e no samba a forma de dar a volta por cima. Hoje, ela é também presidente da Aprendizes do Salgueiro, escola mirim da agremiação.

"Minha mãe era faxineira e analfabeta e meu pai era porteiro de escola. Virei porta-bandeira e fiz várias atividades na vila olímpica até conseguir uma bolsa de estudos. Tudo através dos projetos da escola. Eu cresci ali dentro. A partir disso, pude me formar em jornalismo", conta ela, que carrega toda a gratidão pelo samba.  

Foi a partir desse primeira oportunidade de florescer que Mara deu continuidade aos sonhos. "Depois, fui conseguindo as coisas por mim mesma. Hoje, eu sou presidente da escola mirim, onde eu comecei, e fico muito feliz, porque tento, de alguma maneira, proporcionar para as crianças as oportunidades que eu tive. Escola de samba não é só entretenimento, é inclusão social e cultural dentro das comunidades. Hoje, eu olho pra trás e vejo que venci", diz.

Mirna Moreira Arquivo Pessoal
Cria do Salgueiro, Mara Rosa viu no samba e na educação o seu ponto de partida para o sucesso FOTOS Arquivo Pessoal
Gabriela, da Vila Vintém, é puro empoderamento Arquivo Pessoal

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