A Bienal do Livro do Rio doou, neste sábado, 15,5 mil livros para os moradores dos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio. A ideia do maior festival de cultura do país é transformar o país por meio do estímulo à leitura.
As obras foram entregues a Rene Silva, morador do Alemão e fundador do jornal comunitário A Voz da Comunidade. Através das redes sociais, o ativista pediu que seus seguidores fizessem uma "invasão literária" para marcar os dez anos de ocupação da polícia no Alemão e a falta de mudanças na região.
A iniciativa de Rene conseguiu mobilizar a organização da Bienal e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), que envolveram 22 editoras e autores nesta causa. O líder comunitário será o responsável por distribuir as obras entre bibliotecas comunitárias da região.
"Essa ação solidária é uma forma de protesto, pois há dez anos o governo só entrou com a polícia. Não temos o que confraternizar neste marco da ocupação. Por isso, a iniciativa da invasão literária é mais pelo desserviço de promessas de mudança social não cumpridas ao longo desses anos todos", afirma Rene.
Para a diretora da Bienal do Livro Rio, Tatiana Zaccaro, a adesão do SNEL e das editoras à atitude solidária foi entusiasta e imediata, inclusive com um cuidado na escolha do conteúdo direcionado a diferentes faixas etárias.
"A Bienal do Livro Rio acredita no direito à leitura e literatura como um meio para a construção da cidadania e de um país melhor. Em tempos difíceis como estes de pandemia, esta ação chega em boa hora trazendo esperança de um futuro melhor para estas comunidades. Que estes livros contribuam para a construção de novas e belas histórias de aprendizagem", destaca Tatiana.