Há 20 anos atuo produzindo conteúdo para comunicação comunitária na favela em que moro na Maré, Zona Norte do Rio, e em diferentes outras favelas e periferias do estado, Brasil e mundo. Há 11 anos, me formei em Jornalismo pela PUC e também sou mestre em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas pela Uerj. Assim como muitos de nós favelados, sou de família pobre, com origem nordestina, negra, indígena, e diversa, uma característica dos nossos povos favelados.
Ao longo desses 20 anos de caminhada pelas mais diversas favelas e periferias, já fiz parte de inúmeros movimentos sociais pautando a democratização da comunicação, a luta antirracista e contra a violência policial. Na adolescência, no pré-vestibular comunitário, fiz parte do jornal comunitário "O Cidadão". Um comunitário que pauta a identidade mareense, favelada, negra, indígena, que valoriza nós, povo, aqueles que construíram e constroem a favela e a cidade.
Hoje, atuo em diferentes coletivos, um deles é o Maré 0800. Há cinco anos, pedimos pela cidade doações de livros, roupas, sapatos e outros objetos em bom estado e organizamos por mês uma atividade de rua pela Maré. Nos dias de entrega de doações, costumamos sempre trazer alguém que possa fazer leitura, pintura ou brincadeira para as crianças.
Ao longo desses 20 anos de caminhada pelas mais diversas favelas e periferias, já fiz parte de inúmeros movimentos sociais pautando a democratização da comunicação, a luta antirracista e contra a violência policial. Na adolescência, no pré-vestibular comunitário, fiz parte do jornal comunitário "O Cidadão". Um comunitário que pauta a identidade mareense, favelada, negra, indígena, que valoriza nós, povo, aqueles que construíram e constroem a favela e a cidade.
Hoje, atuo em diferentes coletivos, um deles é o Maré 0800. Há cinco anos, pedimos pela cidade doações de livros, roupas, sapatos e outros objetos em bom estado e organizamos por mês uma atividade de rua pela Maré. Nos dias de entrega de doações, costumamos sempre trazer alguém que possa fazer leitura, pintura ou brincadeira para as crianças.
E neste triste ano de pandemia do novo coronavírus (covid-19), fizemos essa ideia virar uma frente. Junto com mais outros 30 coletivos independentes que já atuam há anos nas 16 favelas da Maré, fizemos nascer a Frente de Mobilização da Maré.
A Frente começou em março, logo no início da pandemia. Junto ao Maré 0800, outros quatro coletivos se reuniram e pensou-se num rápido plano de comunicação que pudesse focar na realidade e nas dificuldades da favela diante de um período tão difícil.
A Frente começou em março, logo no início da pandemia. Junto ao Maré 0800, outros quatro coletivos se reuniram e pensou-se num rápido plano de comunicação que pudesse focar na realidade e nas dificuldades da favela diante de um período tão difícil.
Nosso plano de comunicação foi pensado para atingir os diferentes públicos da favela da Maré. Por isso, produzimos conteúdo em áudio, para site, redes sociais, vídeo, faixas, cartazes e etc. O nosso foco era também falar da solidariedade, a frase "Quem tem água divide" ganhou os quatro cantos da favela.
Além da água, também pautamos a divisão de outras necessidades básicas e que são de extrema importância nesse momento de pandemia, como desemprego, alimento, álcool, materiais de higiene e etc.
Ao passar do tempo, outros coletivos da Maré entraram na Frente e com isso passamos a buscar apoio para distribuir cestas básicas, kits de higiene, máscaras, álcool e etc. Hoje, com a flexibilização, as doações caíram e não estamos atendendo mais aos moradores com alimentos, mas continuamos de pé reinventando outras formas de comunicação, afirmando que a pandemia ainda não acabou e que precisamos continuar nos cuidando, além de continuarmos também cobrando direitos básicos aos governantes para que a gente sobreviva a um período tão difícil como este.
Ao passar do tempo, outros coletivos da Maré entraram na Frente e com isso passamos a buscar apoio para distribuir cestas básicas, kits de higiene, máscaras, álcool e etc. Hoje, com a flexibilização, as doações caíram e não estamos atendendo mais aos moradores com alimentos, mas continuamos de pé reinventando outras formas de comunicação, afirmando que a pandemia ainda não acabou e que precisamos continuar nos cuidando, além de continuarmos também cobrando direitos básicos aos governantes para que a gente sobreviva a um período tão difícil como este.
* O texto é de responsabilidade do autor.