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Cria da CDD: Conheça Salvino Oliveira, Secretário da Juventude do governo Eduardo Paes: 'Missão é trabalhar sonhos'

Aos 22 anos, secretário pretende levar oportunidades para as novas gerações, principalmente da periferia

Salvino: 'Comecei a trabalhar aos 13 anos. Já fui garçom, animador de festa, vendi água em sinal, doce em ônibus. Está sendo desafiador esse novo momento'
Salvino: 'Comecei a trabalhar aos 13 anos. Já fui garçom, animador de festa, vendi água em sinal, doce em ônibus. Está sendo desafiador esse novo momento' -

'Nosso foco é com o primeiro emprego e a educação'. É com o olhar de quem sentiu na pele e superou todas as adversidades de um morador de comunidade que Salvino Oliveira, de 22 anos, pretende levar sua gestão à frente da Secretaria da Juventude do governo Eduardo Paes. Apesar da pouca idade, o rapaz, nascido e criado na Cidade de Deus, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, tem uma longa bagagem em gestão pública e em movimentos comunitários.

"A juventude de periferia está muito desacreditada. Temos a missão de trabalhar os sonhos desses jovens, principalmente sob a perspectiva da periferia. A gente pensa como transformar toda essa energia em perspectivas inclusivas e igualitárias. Reduzir esse 'gap' da educação pública e privada para facilitar o acesso ao Ensino Superior", afirma.

E por falar em educação, foi através dela que o secretário viu sua vida mudar. Tudo começou quando ele, ainda criança, foi sorteado para uma vaga no Colégio Pedro II, do Humaitá, na Zona Sul. De um extremo a outro, Salvino começou a perceber a desigualdade que fazia o Rio parecer duas cidades completamente opostas. "Passei 14 anos me deslocando entre a Zona Oeste e Zona Sul. O que me trouxe uma inquietude muito grande. Como pode uma cidade ser tão desigual? Sinto que é hora de retornar para a sociedade a oportunidade que me foi dada, de ter uma educação pública de qualidade", destaca.

Prestes a se formar em Gestão Pública na UFRJ, Salvino trabalhou como voluntário em pré-vestibular comunitário e participou de tantos outros projetos voltados para educação, até ser notado por Paes. "Fiquei surpreso com o convite. Comecei a trabalhar aos 13 anos. Já fui garçom, animador de festa, vendi água em sinal, doce em ônibus. Está sendo desafiador esse novo momento."

Para o próximo ano, Salvino tem grandes planos. "2021 é esperado com muita ansiedade. A secretaria tem um desafio da implementação do primeiro emprego nos moldes do Jovem Aprendiz, o programa Conectados, com integração de tablets e internet nas escolas municipais... Estou otimista." 

 

'Marco muito importante'

l Num ponto de reflexão sobre as oportunidades — ou a falta delas — para o povo das favelas, Salvino acredita que sua nomeação abre um portal de oportunidades. "O preconceito com as favelas tem diminuído, mas a passos lentos, de uma formiga preguiçosa. A gente só vai ter esse desenvolvimento da nossa cidade quando conseguirmos pensar em políticas públicas efetivas para esses territórios. Minha nomeação é um marco muito importante nessa cidade: alguém que vem de favela, ocupando um espaço de poder", analisa. "Há uma elite no Rio que não tolera a favela. Não pode haver um olhar glamourizado, mas também não pode ver a favela como o problema central da cidade. É um lugar de potência", ressalta ele.

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