Só em 2020, 19 morreram de bala perdida e 87 ficaram feridas, no estado. "As operações policiais não são operações, são opressões. Uma polícia que combate o tráfico ao meio-dia, quando a pessoa de bem está na rua... não pode dar certo. As pessoas da favela são vítimas fatais da bala perdida, pelo tratamento policial que olha pra gente como morador periférico, como bandidos", decreta Julia Cesar Lima, do Jacaré Facilitador, do Jacarezinho.
Para Ana Muza, o povo de comunidade sai de casa sem a certeza de que vai voltar. "A realidade da favela é outra. É ter cautela ao sair de casa e orientar familiares e aos jovens pretos que andem de cabeça baixa e com seus documentos, porque a gente teme esse estado genocida. Sabe que pode ser alvo dentro e fora de casa". Sobre o caso de Marcelo Guimarães, a PM havia dito que "os policiais reagiram a injusta agressão e cessaram o ataque. No momento, um motociclista (Marcelo) passava pelo local e foi atingido" e os fatos estavam sendo apurados.