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Educador mantém pré-vestibular comunitário na Vila Cruzeiro

Colunista convidado da semana, Marcelo Martins faz com que moradores do Complexo da Penha sonhem com acesso à universidade e às escolas técnicas

Marcelo Martins é professor de matemática, mestrando da UFRJ e integrante do grupo de pesquisa Juventude, Escola, Trabalho e Território
Marcelo Martins é professor de matemática, mestrando da UFRJ e integrante do grupo de pesquisa Juventude, Escola, Trabalho e Território -
Eu sou Marcelo Martins, filho de Eny dos Santos Martins, cria da Vila Cruzeiro, favela do Complexo da Penha, professor de matemática das redes públicas e particular, aluno do curso de mestrado da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e integrante do grupo de pesquisa Juventude, Escola, Trabalho e Território (JETT).
A partir do meu trabalho como educador em uma das escolas públicas da Penha, a Escola Municipal Bernardo de Vasconcelos, pude compreender melhor a realidade em que estavam inseridos os jovens de minha comunidade e isso gera em mim uma inquietação: era necessário me movimentar, junto com a comunidade, para que os nossos jovens alcançassem seus sonhos. E foi assim que o preparatório social Estudando para Vencer começou a ser construído de forma coletiva, em 2016.
O Estudando para Vencer existe desde 2016 - Débora Martins / Divulgação
O Estudando para Vencer nasceu com o intuito de acreditar nas potencialidades dos jovens do território do Complexo da Penha. E dar as ferramentas necessárias para que eles pudessem alcançar o Ensino Superior em intuições públicas, por meio do nosso curso de pré-vestibular, e as escolas estaduais e federais que necessitam de aprovação em concurso público para o ingresso, por meio do nosso curso de pré-médio/técnico. Através destas aprovações, os alunos podem ter mais oportunidades, tanto acadêmicas, quanto no mercado de trabalho.
O meu principal papel nesta instituição, desde o seu início, foi o de mobilizar a comunidade. O Estudando para Vencer só existe devido a uma grande equipe de professores voluntários, de colaboradores, como associação dos moradores e os comerciantes locais, e dos próprios alunos que se comprometem, não só com os estudos, mas com a manutenção do espaço e a continuidade no projeto. Como é o caso de duas ex-estudantes do pré-vestibular, Rayza Gomes e Julliana Marinho, que compõem a atual equipe de coordenação do projeto.
Marcelo com as ex-alunas e hoje integrantes do projeto, Rayza e Julliana - Débora Martins / Divulgação
Nesses quatro anos de atuação, nós aprovamos dezenas de estudantes para colégios como Pedro II, Sesi-Firjan, Fiocruz, Faetec, IFRJ e também para diversas universidades públicas, como a Uerj e a UFRJ, em cursos como odontologia, direito, arquitetura, matemática, história, pedagogia, relações internacionais, dentre outros.
Mas nosso legado não está só nas aprovações, mas na consciência de que construímos junto aos nossos alunos a necessidade de retribuirmos todas as nossas conquistas para o lugar de onde viemos, o Complexo da Penha. E assim mostrar que nossa comunidade não é só constituída de carências, mas também de potências. Aqui, acreditamos no crescimento coletivo!
* O texto é de responsabilidade do autor.
Marcelo Martins é professor de matemática, mestrando da UFRJ e integrante do grupo de pesquisa Juventude, Escola, Trabalho e Território Débora Martins / Divulgação
O projeto já aprovou alunos para o Pedro II, Sesi-Firjan, Fiocruz, Faete, IFRJ e universidades públicas, como a UFRJ e a Uerj Débora Martins / Divulgação
O educador com a mãe e o irmão Débora Martins / Divulgação
O Estudando para Vencer existe desde 2016 Débora Martins / Divulgação
Marcelo com as ex-alunas e hoje integrantes do projeto, Rayza e Julliana Débora Martins / Divulgação

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