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André Vieira, da Hitmaker, fala sobre sua construção cultural: 'A música é viva na comunidade'

Responsável por sucessos de Anitta, Ludmilla e Lexa, músico conta sobre a influencia da cultura da favela em seus trabalhos

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Quais são os elementos que fazem de uma música um verdadeiro sucesso? Essa é a pergunta de ouro que todo compositor gostaria de responder. E apesar do mistério permanecer sem solução, verdade seja dita: basta ouvir a vinheta 'HIT-MA-KER' para saber que teremos um hit de qualidade. Donos dos maiores sucessos do pop/fuk da atualidade, Andre Vieira, Wallace Viana e Pedro Breder formam a Hitmaker, grupo responsável por diversos sucessos de Anitta, Ludmilla, Lexa, Valesca Popozuda, Pocah e Luísa Sonza.

Depois de tantas colaborações, os meninos saem, agora, dos bastidores e se lançam como cantores na faixa Bota o Colete, ao lado da Sapequinha. Cria do Morro do Dendê, na Ilha do Governador, André Vieira ressalta a pluralidade cultural da favela para seu entendimento com a música. "A vivência na comunidade trás uma experiência cultural ímpar. O funk, o forró, o samba e tantos outros estilos musicais presente nas favelas, com certeza, fazem parte dessa construção. Costumo dizer que a música é viva na comunidade, mutável, está em constante mudança e isso é magico".

Se na adolescência o rapaz se divertia com clássicos do Funk Brasil, que completa exatos 32 anos de seu primeiro lançamento, hoje, é ele que embala a garotada periférica com a assinatura de suas produções em Beijinho no Ombro, de Valesca, Combatchy, de Anitta, e Cheguei, de Ludmilla. Só para citar algumas. "Fico feliz em servir de inspiração pra tantos jovens de periferia que sonham com um futuro melhor pra si e suas famílias. Isso me motiva cada vez mais em continuar e de alguma forma ajudar os sonhadores como eu", comenta André.

Mesmo não tendo uma resposta concreta, o segredo para um verdadeiro hit parece simples: "Fazer músicas com carinho, dedicação. Fazer e acreditar é a receita", diz. 

Apesar de não morar mais no Dendê, graças aos frutos que a música lhe deu, o produtor, compositor e, agora, cantor acredita no poder da arte como fonte transformadora, ressaltando a potencialidade do povo periférico. "Essa vivência ensina muito sobre empatia, coletividade, solidariedade. É o real significado da frase 'nós por nós'", avalia o artista, que não fecha os olhos para o que ainda é preciso se transformar para toda essa gente andar tranquilamente na favela onde nasceu. "As políticas públicas ainda deixam muito a desejar quando pensamos nas comunidades. Segurança, saúde... são pontos básicos que, pessoas que moram em periferias, ainda sofrem dificuldades para terem acesso", destaca.

 

'Decidimos encarar o desafio'

l Se, antes, André, ao lado de Wallace e Pedro, trabalhava apenas por trás das câmeras, essa realidade mudou este ano. Os três assumiram os microfones e, junto com Lexa, amiga do trio, lançaram, no mês passado, o hit Bota o Colete, que já contabiliza 500 mil visualizações no YouTube. "A pandemia foi um momento de reflexão para todos nós, de sairmos do 'automático' e avaliarmos projetos que estavam na gaveta. Amigos da música já haviam comentado conosco inúmeras vezes que poderíamos ser artistas. Decidimos encarar o desafio", conta André, satisfeito com o resultado. "Tivemos uma resposta positiva do público. Estamos em estúdio elaborando músicas bem legais e em breve tem novidade."

Hitmaker Guto Costa / Divulgação
André Vieira Hitmaker Isabella Silva / Divulgação
André Vieira faz parte do time de cantores, produtores e compositores do grupo Hitmaker fotos Guto Costa / Divulgação
Hitmaker Guto Costa / Divulgação
HitmakerMul vese condinprordi inat, deatus audacto menatus mum ta L. Dectorum perferi bulego ve, etilium sedem mo mer pratus. fotos: Guto Costa / Divulgação

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