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Um projeto cheio de ginga

Messias Freitas repassa ensinamentos do pai, Índio Maranhão, no Vidigal Capoeira

Messias Freitas
Messias Freitas -

Sou filho do Mestre Índio Maranhão. Ele é meu mestre duas vezes, como pai e de capoeira. Sem dúvidas, uma das minhas maiores inspirações. Nasci no universo da cultura e, aos 16 anos, já lecionava. Trabalhei em muitos lugares, sempre envolvido com a cultura. Foi através dela que constituí família e é de onde tiro o meu sustento.

Há 11 anos, decidi fundar um projeto que tivesse a minha cara. O objetivo era dar acesso à arte e à cultura através da capoeira e às manifestações da cultura afrobrasileira para minha comunidade, que acabou abrangendo favelas vizinhas. Temos o objetivo de democratizar a arte.

E assim surge o projeto Vidigal Capoeira: que leva o nome do morro onde moro há mais de 25 anos e dessa arte mágica genuinamente brasileira.

A ideia é devolver à comunidade, como uma espécie de contrapartida, tudo que ganhei. Repasso através de aulas, além de reunir recursos para realizar eventos com acesso gratuito. Deixar um legado aos futuros multiplicadores da arte.

Nesses 11 anos, realizamos eventos da cultura afro como apresentações musicais, espetáculos, debates, palestras. O projeto cresceu ao ponto de ter células na cidade de Nova Friburgo e na cidade de São Luís do Maranhão. Atualmente, atendemos uma média de 300 pessoas dentro e fora do Vidigal.

Ano passado, surgiu o isolamento social, quando decidimos reunir e distribuir cestas e kits de limpeza e higiene para ajudar as famílias dos alunos.

Em paralelo, estávamos em processo de adaptação às aulas on-line e produção do livro em homenagem ao meu mestre, Mestre Índio Maranhão, que rendeu dois volumes, I e II. Ambos com lançamento para o dia 10 de abril, na sede do projeto.

Meu sonho é adquirir nosso espaço próprio e espalhar células do nosso projeto em todo o país. Mas vamos continuar nessa levada e continuar plantando para ter uma boa colheita.

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