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'Direito humano à alimentação'

Eliana Sousa Silva é diretora da Redes da Maré, que tem levado ajuda a famílias

Eliana Sousa Silva por Douglas Lopes
Eliana Sousa Silva por Douglas Lopes -

O último domingo, dia 28 de março, foi para retomar uma agenda que tanto aflige famílias moradoras de favelas e periferias neste momento de pandemia: a falta de comida mais básica na mesa para um número grande de pessoas no país e a fome.

Essa ação, pensada a partir da articulação de um coletivo de instituições como a Redes da Maré, a Coalizão Negra por Direitos, a Uneafro, dentre outras, foi o pontapé inicial no sentido da atenção que queremos dar à demanda, urgente, pelo direito humano à alimentação.

Cheguei à Nova Holanda, uma das 16 favelas da Maré, no início da década de 70. Me envolvi nas lutas comunitárias por direitos, tendo sido eleita presidente da Associação de Moradores aos 22 anos. Foram muitos esforços e um trabalho forte, com muitas conquistas, mas também com muitos desafios.

A Redes da Maré é fruto desse processo. Sua criação marca o desejo de construir formas concretas de cobrar que as políticas públicas sejam efetivadas. Desde o início da pandemia, a Redes da Maré articulou a campanha "Maré Diz Não ao Coronavírus".

Essa foi uma forma de respondermos às demandas trazidas pela crise humanitária. A campanha abrangeu uma comunicação direta com a população das 16 favelas da Maré, para difundir informações sobre como se proteger e distribuindo produtos de higienização. Essa movimentação atingiu em torno de 18 mil famílias.

Agora, voltamos a entregar cestas de alimentos e kits de higiene para 500 famílias que se encontram com fome. A luta agora é para que possamos ampliar essas ações atingindo mais e mais famílias, para que elas passem por essa pandemia.

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