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Cidade de Deus não quer mais violência

O melhor caminho para isso é por meio da educação

Foto da Coluna PerifaConnection
Foto da Coluna PerifaConnection -
Apesar de ter muito a oferecer e mostrar, a Cidade de Deus tem ganhado mais destaque por meio de notícias como, nesta semana, a da morte de um mototaxista e de um homem que estava na garupa da moto durante uma abordagem policial. No ano passado, a Frente CDD, que distribui cestas básicas para moradores, teve seu trabalho interrompido na região do Pantanal por um tiroteio, decorrente de uma ação da polícia, que tirou a vida de João Vitor da Rocha, com apenas 18 anos de idade.

Por ter trabalhado nas ações da Frente, eu mesmo poderia ter sido mais uma vítima da violência do estado. Conheço a Cidade de Deus como a palma da minha mão, pois é o lugar onde nasci e fui criado. A minha favela é dividida em 10 sub-regiões, que reúnem pouco mais de 36 mil pessoas – segundo dados do IBGE de 2010.

De acordo com o Índice de Progresso Social da Cidade do Rio de Janeiro (IPS), que mensura o desenvolvimento humano por Regiões Administrativas (R.A.s), a CDD ocupa a 26ª posição dentre as 32 do município. O mesmo levantamento também diz que a renda per capita do bairro é de R$ 741. Em outras palavras, o morador da Cidade de Deus, em média, vive com menos do que um salário mínimo por mês.

Outro dado do IPS bem difícil de digerir é o do que apenas 3,28% dos moradores da Cidade de Deus concluíram o ensino superior. A CDD não merece tiros e violência. Sua população precisa de oportunidades. Acredito que o melhor caminho para isso é por meio da educação.
Por Salvino Oliveira, secretário da JUVRio e colaborador do PerifaConnection

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