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Jota Marques: educador popular

Coluna Zé do Caroço

Jota Marques, fundador do coletivo Marginal e conselheiro tutelar
Jota Marques, fundador do coletivo Marginal e conselheiro tutelar -
Os movimentos sociais foram frequentes na infância de Jota Marques. Natural de Cruzeiro do Oeste, uma cidade pequena com cerca de 21 mil habitantes no interior do Paraná, Jota acompanhava seu pai em ações de educação popular do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua. Mais tarde, já adolescente, ele se mudou com a mãe para a favela de Andorinhas, no Espírito Santo, onde teve contato com ações mais voltadas para as periferias. “Ali (em Andorinhas) eu aprendi sobre como a segurança pública age com o nosso povo, o que é ser um jovem negro de favela e de que forma a juventude se organiza para intervir na política”, conta.
Por causa de dificuldades financeiras que estava passando no estado capixaba, Jota e sua mãe se mudaram para Madureira. Mas foi na Cidade de Deus que Jota Marques criou o coletivo Marginal, voltado para ações de comunicação, de educação e sociais para moradores, especialmente os estudantes de escolas municipais, da CDD. Em 2019, ele foi o mais jovem conselheiro tutelar, encarregado de garantir o cumprimento dos direitos das crianças e dos adolescentes, eleito da cidade do Rio.
Mesmo sendo portador do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), o educador popular acredita que investir em educação é um dos caminhos que gera novas oportunidades. “Não basta que as pessoas tenham acesso à educação para que elas alcancem voos mais altos e possam realizar seus próprios sonhos. Tentamos tirar esse peso. Mas é preciso que ela (educação) seja um pilar existente, concreto e eficaz e inclusivo para que, se as pessoas quiserem estar em outros lugares, elas efetivamente possam".
Por Marcos Furtado, jornalista e colaborador do PerifaConnection

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