Deize Tigrona

Uma das precursoras do funk nos anos 2000 e dona do hit Injeção, Deize Maria Gonçalves da Silva, a Deize Tigrona, tem uma trajetória artística marcada por poesias e raps. A chegada de Deize ao mundo do funk aconteceu quando participou de uma matinê na quadra do Coroado, da Cidade de Deus. Na ocasião, os produtores musicais Duda e Marcos buscavam alguém para cantar no baile. Com essa oportunidade, a cantora lançou Hilda Furacão, inspirada na minissérie de mesmo nome. A composição da letra teve como pano de fundo histórias das moradoras dos Apês, na CDD. Em 2002, Deize teve uma música sampleada pela cantora britânica M.I.A. Tudo parecia se encaminhar bem, mas no auge da carreira, há quase 10 anos, Deize Tigrona enfrentou uma depressão: "Tem muita gente com vergonha de falar sobre a doença, principalmente nós, negros. Quando a gente fala acaba ajudando o outro". Buscando se reinventar, Deize já trabalhou como empregada doméstica, copeira e hoje tem um cargo na Comlurb. Agora um novo desafio: ela é uma das artistas com sua arte em exposição na mostra 'Vazar o Invisível'. O "Livro de Pau: Gato sem bota, bota", sua obra, é uma instalação escrita em portas. "Eu elaborei a história de um morador de comunidade e toda a dificuldade que ele passa na casa dele", conta. Com entrada grátis, a mostra Vazar o Invisível está aberta ao público no OM.Art, no Jockey Club, Jardim Botânico, até 31 de outubro. Essa é a oportunidade de conhecer o trabalho de oito artistas periféricos que expressam suas vivências.