O Carnaval veio com tudo: dos bloquinhos aos megablocos ou na Marquês de Sapucaí, esse ano nos mostrou que o Rio estava com saudade de entregar tudo em fevereiro. Um grande destaque do Carnaval foi a Unidos do Porto da Pedra, que desfilou na Avenida com o enredo A invenção da Amazônia, do carnavalesco Mauro Quintaes.
A escola nos apresentou uma Amazônia repleta de seres e mistérios contados pelo escritor Júlio Verne através de seus diários de viagens. Segundo a sinopse, "simples relatos se tornaram histórias que, por longos períodos, foram a única forma de revelar lugares desconhecidos ao redor do mundo", o enredo é uma exaltação à Amazônia e um apelo pela sua preservação.
Desde a sua fundação, a Porto da Pedra acumula milhares de torcedores apaixonados por samba. Agremiação do município de São Gonçalo, segundo mais populoso do Estado do Rio, o Tigre coleciona uma série de desfiles memoráveis e sambas inesquecíveis. No Carnaval deste ano, além da volta para o Especial, o Tigre também foi eleito como a melhor agremiação da Série Ouro pelos jurados do Estandarte de Ouro, importante prêmio para a Liga das Escolas de Samba. Os jurados garantem que um dos principais fatores foi a passagem impecável pela Sapucaí.
Muitas pessoas fizeram e fazem parte dessa história. Durante todo o ano profissionais de diferentes áreas e importantes personagens da comunidade se unem por um propósito. Uma dessas pessoas é Laryssa Victória, 1ª porta-bandeira da escola, que se destacou no Carnaval ao lado do mestre-sala Rodrigo França, conquistando quatro notas máximas na apuração.
A jovem começou no mundo do Carnaval em 2014 na Escola Manoel Dionísio, que oferecia cursos para jovens na Sapucaí. Após passar por algumas agremiações, chegou em seu primeiro ano no Tigre, já estreando como primeira porta-bandeira.
"Foi muito importante acompanhar todos os processos, entender a minha fantasia para o desfile e mergulhar no universo do enredo. É um privilégio ser a Porta-Bandeira que defendeu o pavilhão da Porto da Pedra e que colaborou para que ela se reerguesse e voltasse para o Grupo Especial. Poder estrear nesse posto e ainda ganhando 40 pontos, é muito especial pra mim", comemora.
Laryssa também desfilou como segunda porta-bandeira da Imperatriz Leopoldinense, que, após 22 anos de jejum, voltou a ganhar o título de campeã do Grupo Especial. Ela garante que desfilar em duas escolas não é fácil, exige muito do corpo e da mente, mas sentir a vibração da comunidade é o que faz tudo valer a pena. "Fico feliz de desfilar pelas duas escolas vencedoras de 2022", celebra.