'Antes da escravidão havia o mar" é uma das frases que compõem as obras da exposição Negras Marés, inaugurada na terça-feira, no Centro de Artes da Maré (CAM). O projeto traz obras de artistas de dentro e fora do território, com os olhares voltados para o oceano de memórias e desafios que percorrem pelo conjunto de favelas e destacam o protagonismo das populações negras na construção do Brasil e no que hoje é o Complexo da Maré. A iniciativa é da Casa Preta da Maré.
"Negras Marés tem um papel importantíssimo para o território, entendendo que ela coloca os artistas da Maré no centro. O centro geográfico da exposição é uma obra da Nlaisa, que é uma mulher negra e trans da Maré, então seja simbólica ou diretamente, a exposição é parida a partir dos artistas negros daqui", conta a coordenadora de Curadoria e Pesquisa, Pâmela Carvalho.
Ocupando um espaço que já foi mar, as obras estarão expostas até o dia 28 de abril e fazem um percurso que levanta a reflexão sobre a relação entre o Brasil e o continente africano, a preservação das memórias da favela e da periferia e as interseccionalidades entre os diferentes corpos negros periféricos, ressaltando a tese de que o Brasil é negro, o Rio de Janeiro é negro, a Maré é negra.
O CAM fica localizado na Rua Bittencourt Sampaio, 181, na Nova Holanda. Durante o período da exposição, o espaço estará aberto das segundas às sextas-feiras, de 9h as 20h, e aos sábados, de 9h a 12h.
Para agendar visitas mediadas, entre em contato com a Casa Preta da Maré através do email casapreta@redesdamare.org.br.
