Cria do Complexo da Maré, o conjunto de favelas da Zona Norte do Rio de Janeiro, Renato Cafuzo, desenhista e ilustrador, se lança agora também como escritor. Com e para crianças, a história do livro Moleque Piranha, de Cafuzo, acontece também em uma favela. O lançamento acontece no dia 11 de março, no Pontilhão Cultural da Maré.
Em uma narrativa onde todos os personagens são negros — e apenas dois são adultos — grande parte da história se passa dentro da escola. Revisitando sua própria trajetória, o autor traz nos versos a potência das infâncias negras e a importância da educação como forma de criar outras possibilidades de futuro.
"Não acho que seja fantasioso contar uma história bonita na favela, mas quando faço é na esperança que tenhamos mais dias assim. E demonstrar que isso é possível pras nossas crianças é importante! Alguns traços do racismo partem basicamente do que você pode ou não pode fazer. E isso, numa fase de desenvolvimento como a infância, se traduz em como você pode ou não pode se desenvolver", reforça o artista.
Duas grandes homenagens compõem a narrativa. Uma para o amigo de adolescência do autor, o cineasta Cadu Barcellos, e outra para a vereadora Marielle Franco. Assim como Renato, ambos são crias do Complexo da Maré, e marcam a história no território com uma trajetória de luta contra o racismo, dando voz às narrativas que definem as periferias como um lugar onde os sonhos são possíveis.
Além do lançamento no Pontilhão, a Biblioteca Maria Lina em Nova Iguaçu e a Biblioteca Parque Estadual Infantil, no Centro Rio, também serão palcos da estreia de Renato como autor nos dias 16 e 22 respectivamente. Toda a programação é gratuita e conta com lanche para a criançada, contação de histórias, bate-papo e brincadeiras.
