100 edições, milhares de boas histórias

PerifaConnection celebra o marco com edição especial no 'MEIA HORA'

O PerifaConnection, plataforma de disputa de narrativas sobre as periferias, completa hoje 100 edições no jornal MEIA HORA. Nela apresentamos várias personalidades e movimentos importantes para os territórios das favelas do Rio de Janeiro que ajudam a construir e reafirmar novas narrativas. Mas como assim novas narrativas? É aquele papo reto mesmo de cria pra cria. Escrever aqui é aquele "se liga" que um irmão te dá sem que você perceba. Por exemplo: "Ontem o dia foi tenso, mas vamos pro baile hoje? Vamos naquela roda de rap?".

Isso significa que a gente sabe que enfrentamos muito caô para viver e continuar existindo, mas vivemos num lugar feliz, que produz cultura e que é composto por pessoas que sabem na prática o que significa coletividade. Escrevemos aqui para retratar sobretudo essas narrativas, sem deixar de apontar e denunciar os problemas que conhecemos de perto. O Rio de Janeiro é o lugar onde moramos, feito de vários lugares e histórias para contar, e nesta edição de número 100 queremos celebrar o que as periferias do nosso estado têm de melhor, pois é onde vive a maioria de nós.

"Tenho muito orgulho de poder escrever sobre as potências das periferias. Histórias de pessoas que mesmo com poucos recursos conseguem impactar e inspirar outras vidas", afirma Gabriela Anastácia, uma das colaboradoras do PerifaConnection.

Reafirmando a visão de Gabriela, João Paulo, que é historiador e também colaborador do PerifaConnection, complementa: "Acredito na importância de escrever sobre a produção artística local. É uma responsabilidade política e social frente às narrativas que durante anos promoveu nosso território a partir de estigmas, invisibilizando as potências criadoras e criativas. Nesse sentido, o PerifaConnection viabiliza a circulação de outros discursos na mídia. Eis a sua relevância".

Só pra mencionar alguns exemplos de páginas que não deixamos passar em branco a gente contou a história do Carnaval por trás do espetáculo e que é todo feito no subúrbio, cobramos sobre o descaso sobre o assassinato de Emily e Rebecca, reconhecemos lideranças comunitárias importantes, descobrimos projetos como a Escola Quilombista do Complexo do Alemão. Enfim, falamos de produções culturais, atletas e empreendedores, do combate à fome e à Covid, reforçamos a necessidade de votar nas eleições. Guardamos a memória de heróis que passaram pela gente, como a ativista Alessandra Makkeda e o fotógrafo Bira Carvalho.

O PerifaConnection é necessário porque precisamos contar as nossas histórias e porque temos histórias para contar. Por aqui seguimos atrás das melhores para contar pra você que nos lê.

Comentários