Vítimas do discurso de ódio

Pesquisa contou com a participação de 175 moradores do Rio por meio de formulário online ou de entrevistas

Pesquisa Datalabe
Pesquisa Datalabe -

"Agora a Pabllo Vittar foi longe demais!". A frase circulou nas redes sociais entre 2017 e 2018 com uma notícia falsa sobre um projeto de lei do PT que previa uma nova cédula de R$ 50 com a imagem da cantora. A fake news virou meme, mas não sem antes fazer estrago. Muitas pessoas a replicaram com ofensas à comunidade LGBTQIAP .

Este é apenas um dos exemplos de como a desinformação e o discurso de ódio caminham juntos e têm como um de seus principais alvos pessoas que já costumam ser estigmatizadas, como mostra a Análise do Sistema de Informação (IEA) da população Negra LGBTQIAP no Rio de Janeiro. Lançada em março deste ano pelo data_labe em parceria com a Internews, a pesquisa contou com a participação de 175 moradores do Rio de Janeiro por meio de formulário on-line ou de entrevistas.

Oito em cada dez participantes afirmam que já foram vítimas de discurso de ódio, e uma em cada quatro revela que a violência é recorrente. Comunicadores, influenciadores e políticos são citados como as principais fontes das ofensas e notícias falsas.

"Precisei ter um olhar mais apurado pro que via nas redes sociais depois das eleições de 2018. Era muita fake news entre as minhas amizades. Às vezes sinto medo de onde essas violências podem chegar, mas não existe outra forma de ser eu. O jeito é aprender e ensinar como a gente pode se defender", avalia o comunicador Rahzel Álec, que palestrou no evento de lançamento da pesquisa.

O relatório também traz medidas práticas a serem adotadas pelo Estado, pelas mídias e pela sociedade com o objetivo de superar esses preconceitos. O documento está disponível em www.datalabe.org.

Pesquisa Datalabe
Pesquisa Datalabe Douglas Lopes / Divulgação
Debate Datalabe
Debate Datalabe Douglas Lopes / Divulgação

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