Jovens periféricos na Conferência da ONU em Dubai

PerifaConnection enviou seis jovens líderes e moradores de favelas brasileiras do Sudeste, Norte e Nordeste do país para a conferência
PerifaConnection enviou seis jovens líderes e moradores de favelas brasileiras do Sudeste, Norte e Nordeste do país para a conferência -
O ano de 2023 vai terminar como o mais quente em 125 mil anos, como indica a pesquisa do Observatório Copernicus, a discussão sobre os impactos das mudanças no clima não envolve apenas o amanhã, mas também o que acontece no agora. Pensando nisso, a 28ª Conferência das Partes (COP 28), que acontece até o dia 12 de dezembro nos Emirados Árabes Unidos, em Dubai, reúne 197 países e a União Europeia para debater a construção de uma sociedade mais sustentável.
Visando ainda mais a inclusão das periferias do Brasil e do mundo neste momento crucial de transformação climática, o PerifaConnection enviou seis jovens líderes e moradores de favelas brasileiras do Sudeste, Norte e Nordeste do país, para mostrar que a solução para tais condições passa por esses territórios geralmente negligenciados por parte das organizações governamentais.
Jovens periféricos na Conferência da ONU em Dubai - Divulgação / Perifa
 
Para Karina Penha, bióloga e diretora do PerifaConnection, os territórios que possuem um nível alto de desigualdade social são os mais afetados quando se fala sobre injustiças ambientais, especialmente o Sul global, da América Latina.
“As comunidades tradicionais quilombolas, aldeias indígenas e periféricas experimentam de forma muito mais intensa as adversidades do clima. A adaptação também se torna difícil, pois esses territórios não possuem grandes recursos financeiros e são impactados pela desigualdade nas decisões que são tomadas na construção de políticas climáticas”, explica.
Cria do Jardim Tropical, no Maranhão, Karina destaca a importância da presença de pessoas de origem periférica para debater o melhor caminho sustentável no mundo, pois são elas que conhecem as regiões que enfrentam os altos níveis de desigualdade e os impactos climáticos. “Nosso compromisso é acompanhar as agendas que dialogam com essa área de recorte que representamos”, comenta.
Além disso, a bióloga ainda observa a necessidade da adaptação e aproximação da linguagem da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) para as periferias. De acordo com ela, é importante um trabalho diário e de base para alcançar os 17 objetivos estabelecidos pela ONU.
Ao lado de Karina em Dubai, o PerifaConnection conta com a presença de Thuane Nascimento (Vila Operária, RJ), Raull Santiago (Complexo do Alemão, RJ), Vitória Pinheiro (Zumbi dos Palmares, AM), Jean do Gueto (Jurunas, PA), Mikaelle Farias (Paraíba) e Ruth Ferreira (Jurunas, PA).

Ariel Freitas, jornalista e colaborador do PerifaConnection
Jovens periféricos na Conferência da ONU em Dubai
Jovens periféricos na Conferência da ONU em Dubai Divulgação / Perifaconnection

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