Agenda aponta prioridades para as periferias até 2030

Soluções precisam ser implementadas para garantir um futuro possível, principalmente para a população periférica e favelada
Soluções precisam ser implementadas para garantir um futuro possível, principalmente para a população periférica e favelada -
A Região Metropolitana do Rio está vivendo em alerta, a crise climática agravada, a população em situação de extrema pobreza, o aumento da tarifa dos ônibus municipais e a sobrecarga dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), representam algumas das urgências que atingem os moradores do Rio de Janeiro.

Segundo o Painel Climático, da Casa Fluminense, nos últimos quatro verões, os desastres ambientais resultaram em 140 mortes, 690 feridos, 8.813 desabrigados e 145.077 desalojados. Além disso, houve R$ 487 mil de prejuízo em infraestrutura pública e moradias no estado do Rio. Com a maioria das cidades da metrópole frente a esse cenário preocupante, é urgente que as gestões municipais construam planos e estratégias para cidades resilientes. Em ano de eleições municipais, a ONG lança a Agenda Rio 2030, documento que aponta aos candidatos quais devem ser as prioridades para as 22 cidades da metrópole.

O ano 2030 foi o prazo acordado pelas ONU para consolidar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Hoje, ele não é mais um lugar distante, vivendo a chamada “Década da Ação”, é urgente consolidar as metas definidas para a construção de cidades mais sustentáveis. Neste cenário, a Casa Fluminense produziu a nova Agenda Rio 2030: Prioridades para a Década da Ação.

A publicação traz dez propostas de políticas públicas prioritárias, junto a planos, diagnósticos e referências para sua implementação. Propostas que precisam ser elaboradas até 2030 para garantir um futuro possível, principalmente para a população periférica e favelada. Construídas em diálogo com lideranças da sociedade civil, especialistas e movimentos organizados, o principal objetivo da Agenda é que governos locais planejem e destinem recursos públicos a partir da publicação.

Larissa Amorim, coordenadora executiva da Casa Fluminense, fala sobre a importância da Agenda para o momento de urgências que a metrópole vive.

“É importante que as prioridades das cidades sejam desenvolvidas a partir de políticas públicas, programas e planos pensados para quem mais precisa: a população negra e indígena, moradores das áreas de alto risco de desastres. Para termos cidades mais resilientes e adaptadas, precisamos de um olhar interseccional priorizando medidas como a criação de secretarias municipais de clima, investimento em CRAS, mais moradias populares, tarifa zero nos transportes entre outras medidas disponíveis na agenda 2030”.

Carín Nuru, jornalista e assessor na Casa Fluminense

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