O PerifaConnection marcou presença na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), realizada de 11 a 22 de novembro em Baku, Azerbaijão. A participação da organização é um marco importante, levando as pautas e as lutas ambientais das comunidades periféricas, que são as mais impactadas pelas mudanças climáticas e injustiças ambientais, para o centro das discussões globais.
A delegação do PerifaConnection reúne jovens das periferias do Sudeste, Norte e Nordeste do Brasil, ampliando a diversidade de vozes e perspectivas. Entre os representantes estão Thuane Nascimento, diretora do PerifaConnection e cria da Baixada Fluminense (RJ); Waleska Queiroz e Andrew Leal, fundadores do Observatório das Baixadas e crias da baixada da Terra Firme, em Belém (PA); Karina Penha, gestora de representação da Amazônia de Pé e cria da periferia do Maranhão; Vitória Galvão, diretora da Palmares Lab e cria da periferia de Manaus; e Jú do Coroadinho, fundadora do coletivo Mulheres Negras da Periferia e cria da favela do Coroadinho. Juntos, eles trazem à COP29 as realidades e a luta por justiça climática das margens do Brasil.
A COP29 aborda a crise climática com uma perspectiva global, mas é a voz das periferias que enriquece as narrativas de resistência, inovação e soluções vindas das comunidades mais afetadas. "Esta COP é crucial por dois motivos: primeiro, porque serve como preparação para a COP30, que será realizada em Belém no próximo ano, e precisamos estar prontos e alinhados em nossos debates. Segundo, por ser a COP das finanças, onde se discute como os recursos chegarão às nossas comunidades e territórios periféricos para garantir a adaptação necessária", afirma Thuane Nascimento, diretora do PerifaConnection.
"A COP precisa ser pensada por quem vive na base: nas favelas, periferias e baixadas. Sei que não estou aqui sozinha; minha presença neste espaço representa mulheres negras de favelas e periferias, não só do Maranhão, mas de todo o Brasil. Somos nós que estamos sempre na linha de frente da luta. A COP29 é um sopro de esperança para que as futuras conferências sejam mais representativas, jovens, democráticas e populares. Tenho certeza de que a mudança será feita pelas mãos e pela força de nós, mulheres negras," disse Ju do Coroadinho, fundadora do coletivo Mulheres Negras da Periferia.
Durante o evento, o PerifaConnection, em parceria com outras organizações da sociedade civil, promoveu o painel 'Das favelas às baixadas: organizações periféricas no enfrentamento ao racismo ambiental, construindo caminhos de adaptação climática no Brasil'. Além disso, o coletivo está realizando encontros e ações que destacam as vozes da juventude negra, indígena e periférica, criando conexões com movimentos globais em defesa da justiça climática. O objetivo é garantir que a agenda climática seja moldada a partir das necessidades e realidades das populações mais afetadas, mostrando como essas organizações estão na linha de frente: levantando dados, criando soluções e assegurando conquistas políticas no cenário internacional.
Para acompanhar as agendas do PerifaConnection na COP29, siga @perifaconnection no Instagram.