Quem mora na Maré ou frequenta espaços comunitários, como ONGs, bibliotecas e eventos de arte e cultura, com certeza esbarrou com Arcasi e seu filho Valentim, sempre juntos, somando e fortalecendo o território.
Arcasi é uma ameduca — artista, mãe, educadora e ativista. O termo foi criado por ela mesma, pra dar conta de tudo que carrega e movimenta na vida. Paraense de Belém, moradora da Nova Holanda, no Complexo da Maré, é mãe do pequeno Valentim, de 4 anos. Tem formação em Letras e História da Arte, e agora cursa Pedagogia na UERJ. Sua trajetória articula a criação do filho com o trabalho de cuidado e formação coletiva.
Ela é uma entre mais de 11 milhões de mães solo no Brasil, que precisam "se virar nos 30" e correr três vezes mais. Por isso, defende que "tudo o que existe, só existe a partir do trabalho das mães". "A luta das mulheres é um trabalho do cuidado coletivo", diz.
Arcasi acredita na potência de mães e filhos crescerem juntos, de forma política e com foco no bem-estar de todos. Para ela, a favela é um dos espaços mais seguros para criar uma criança: "A Maré me deu tudo. A favela protege, permite que a criança seja criança. Aqui, ela é presente — não só futuro".
Arcasi afirma que à medida que as mulheres acessam direito e são criadas políticas públicas, tudo que elas conseguem alcançar imediatamente é transferido para os filhos, como riqueza e possibilidade de acesso.
Neste Dia das Mães — e em todos os outros — que a gente apoie o corre dessas mulheres. Fé nas mães. Fé nas crianças.

