Zé do Caroço - Especial Mês do Orgulho LGPTQIA+

Nanny e Isabelle no Samba da Diversidade
Nanny e Isabelle no Samba da Diversidade -
Tudo começou em fevereiro de 2016, num carnaval em Muriqui. O que parecia ser apenas uma viagem acabou unindo duas mulheres que, desde então, constroem juntas uma trajetória de afeto e luta. Curioso como o destino age, né? Moradoras da Zona Oeste do Rio na época, Elaine, de Paciência, e Isabelly, de Campo Grande, só precisavam dividir uma casa na Costa Verde para que tudo começasse.
Mas essa história já tinha raízes. Em 2015, Elaine, empreendedora nata, havia criado o Faça-te Ponte, um projeto nascido para apoiar vítimas do crime socioambiental de Mariana/MG, conectando pessoas e instituições em torno de um bem comum. A chegada de Isabelly fortaleceu ainda mais essa rede, levando solidariedade também para dentro do território onde vivem.
Juntas, elas enfrentam diariamente os desafios impostos a casais lésbicos compostos por mulheres negras: desde o preconceito dentro de casa, até as múltiplas violências que tentam silenciar suas existências.
“Desde que a gente se conheceu, passou a ser nós por nós. A gente construiu nossa família, segue lutando e fazendo acontecer.” – conta Elaine.
E elas fazem mesmo. Em 2018, idealizaram a Hub Diversidade Colorida, um espaço que conecta cultura, inovação e diversidade para gerar impacto positivo em grupos historicamente marginalizados, especialmente mulheres, pessoas negras e LGBTQIA+. Por meio de iniciativas como o Samba da Diversidade, Feira Diversidade Colorida, Lab Diversidade Empreendedora e o Festival Zona de Diversidade, o subúrbio carioca vem se tornando, pelas mãos delas, um território de acolhimento e potência criativa.
Nanny e Isa não apenas ocupam espaços, mas os reinventam, provando que a união entre duas mulheres negras é revolucionário. Cada beijo trocado em público, cada projeto realizado, é um ato político. A força que elas constroem diariamente inspira outras pessoas a acreditar que o amor, em todas as suas formas, é capaz de romper barreiras e reescrever histórias.
Neste Mês do Orgulho, essa história nos lembra que o amor LGBTQIA+ é resistência, é legado e um exemplo a ser seguido. Quando duas pessoas se unem para transformar, elas mostram ao mundo que o afeto é a ponte mais poderosa que existe.
Quer conhecer mais do trabalho delas? É só seguir: @diversidadecolorida
Por: Thiago Mathias, produtor cultural e colaborador do PerifaConnection.

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