A companhia carioca JP MOVE estreia, em setembro, o espetáculo EFFEMERA, que mistura dança contemporânea, danças urbanas e artes plásticas para refletir sobre o universo feminino e suas múltiplas camadas. As apresentações acontecem nos dias 5, 6 e 7 e 12, 13 e 14 de setembro, sempre às 18h, na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca.
De forma potente e sensível, EFFEMERA traz para o palco questões como poder, opressão, sexualidade e rebeldia vividas por mulheres em uma sociedade marcada pelo machismo estrutural. O nome do espetáculo tem vários sentidos: além de destacar o protagonismo feminino na palavra femme (mulher, em francês), também aponta para a ideia de 'Era das Mulheres' e para o termo 'efêmera', que lembra a fragilidade e a transitoriedade da liberdade feminina.
A dramaturgia nasceu a partir de depoimentos reais das próprias intérpretes e de mulheres do entorno da companhia, criando uma obra que dá voz às vivências, medos, resistências e desejos de quem circula pelas ruas e territórios do Rio. Cada sessão é pensada como um encontro vivo com o público, trazendo reações únicas a cada apresentação.
Além da força corporal, o espetáculo aposta na estética das artes visuais: os cenários são feitos com materiais reciclados e inspirados em artistas como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Lygia Pape. Os movimentos frenéticos, com forte influência das danças urbanas, dão ritmo à narrativa e buscam provocar o público diante das questões de gênero.
A JP MOVE tem trajetória marcada pelo diálogo entre arte e território. Nascida do Movimento Jovens de Periferia de Realengo, fundado em 1998, a companhia já levou espetáculos premiados para festivais no Brasil e no exterior, sempre apostando na mistura entre dança contemporânea e a cultura das favelas cariocas. Agora, com EFFEMERA, reafirma o compromisso com a transformação social a partir da arte.

