O PerifaConnection está em Belém, no Pará, lançando um livro durante a COP30, conferência das Nações Unidas sobre mudança do clima, sediada na capital paraense.
Com lançamento previsto para hoje, no bairro Jurunas, o livro 'As Periferias e o Combate ao Racismo Ambiental: Tecnologias de Sobrevivência e Luta pelo Bem Viver' aborda o debate sobre racismo ambiental e busca dar visibilidade às estratégias de resistência e tecnologias de sobrevivência das periferias brasileiras, ressaltando o protagonismo da juventude negra na construção de soluções justas e inclusivas diante da crise climática.
Karina Penha, diretora do PerifaConnection, fala sobre a expectativa para o lançamento. "A expectativa é chamar a atenção para o tema do racismo ambiental a partir das populações periféricas, em especial dos jovens que vêm de seus territórios para este encontro aqui em Belém, e destacar as soluções que já estão sendo construídas dentro destes territórios por pessoas diretamente impactadas pelas mudanças climáticas", diz.
O livro é composto por dez capítulos, escritos por autores de diversas regiões do país, como Rio de Janeiro, Maranhão, Ceará e Belém. É o primeiro exemplar que aborda o tema do racismo ambiental no Brasil sob a ótica das juventudes negras que vivem e atuam nas periferias.
Karina explica que, no Brasil, há poucas referências sobre o tema e que o livro busca mostrar uma perspectiva das periferias da América Latina. "A gente quer tornar esse livro uma referência que parte das periferias e dos jovens que estão dentro dos territórios. Dentro do livro, buscamos trazer diferentes visões e vivências, para mostrar que as periferias têm desafios, que são muito diferentes, mas que trazem perspectivas novas e olhares muito diferentes do que é discutido dentro das salas de negociação da ONU", complementa.
Ela conta que os autores são lideranças do PerifaConnection, presente em 24 estados. O livro pode ser um divisor de águas no debate sobre o racismo ambiental nas periferias, um dos espaços mais afetados. Karina reforça: "As mudanças climáticas ainda podem parecer um tema distante, mas o racismo ambiental já é algo muito presente e real dentro destas localidades. Ainda temos muito o que avançar, principalmente no fortalecimento desse debate nos espaços globais, como a COP. Mas, acima de tudo, é fundamental informar e engajar as próprias pessoas periféricas nesse tema, e isso é o mais importante para nós", conclui.

