Zé do Caroço: Roberta Holiday, artista visual da Baixada Fluminense

Engajada com as pautas sociais, artista visual, negra e periférica serve de inspiração para nós e para gerações futuras

Roberta Holiday, artista visual da Baixada Fluminense
Roberta Holiday, artista visual da Baixada Fluminense -
Celebrado em 03 de dezembro, o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência foi criado pela ONU em 1992. A data tem como objetivo promover maior visibilidade para assuntos relacionados à deficiência, à luta contra o preconceito e à discriminação, bem como informar a respeito de direitos à acessibilidade, saúde, educação, trabalho, cultura e lazer, garantindo inclusão e vida em sociedade. De lá para cá, houve avanços significativos, como a Lei 13.146/2015, conhecida como a Lei Brasileira da Inclusão, porém, ainda há muitos desafios.
Segundo o IBGE, pessoas com deficiência representam 7,3% da população no Brasil. Contudo, a falta de referência ou a baixa representatividade impactam de forma negativa a percepção sobre elas. Na grande mídia, por exemplo, PcD são frequentemente retratadas a partir de estereótipos capacitistas. Então, o que fazer para mudar esse imaginário?
Nas Artes, um nome que tem se destacado nos últimos anos é o de Roberta Holiday. Nascida em 1987, em São João de Meriti, atualmente reside em Belford Roxo. Artista visual, negra e periférica, desde a infância manifestava o interesse pelo ofício da pintura. Quando adulta, frequentou cursos livres no Centro Afrocarioca de Cinema e no Parque Lage.
Em sua obra, dedica-se à investigar questões relacionadas à identidade, raça, gênero, corpo e território. Desse modo, narra a própria história, a de outras mulheres e a realidade do entorno. A deficiência, por sua vez, é entendida como potência e não limitação, é parte constitutiva de quem é no mundo.
Em seu currículo, Roberta Holiday reúne exposições no Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Pernambuco. Em 2025, ao lado de Céu Vasconcelos e João Paulo Lima, participou da residência Exercícios para Aleijar o Queer, em Fortaleza.
Voltado para artistas com deficiência, o projeto reforça a importância de celebrar a diferença e fomentar um cenário mais inclusivo. Engajada com as pautas sociais, a trajetória de Roberta Holiday serve de inspiração para nós e para gerações futuras. Que a arte possa ser um meio de superar o capacitismo.
Por João Paulo Ovidio, historiador e colaborador do PerifaConnection

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