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Carnaval 2020: Acadêmicos da Rocinha vai homenagear Maria Conga, a 'Heroína de Magé'

Com objetivo de por a cultura negra em evidência, a agremiação irá relembrar a história de um simbolo de resistência durante a escravidão no Brasil

 Acadêmicos da Rocinha
Acadêmicos da Rocinha -
Para o carnaval de 2020, a Acadêmicos da Rocinha preparou um enredo que busca evidenciar a cultura negra do Brasil. Com objetivo de relembrar a história de heróis que tiveram suas vidas guiadas por ideais de lutas, do sonho da liberdade e igualdade, a agremiação irá contar a trajetória de Maria da Conceição, mais conhecida como Maria Conga. 
Proclamada heroína da cidade de Magé em 1988, cem anos após a abolição da escravidão, ela nasceu em 1792 no continente africano, mas foi trazida para terras brasileiras em 1804 pelo tráfico negreiro. Desembarcou na Bahia, onde permaneceu até 1810, quando foi levada ao Rio de Janeiro. Foi alforriada apenas em 1854, aos 35 anos.
Após sua libertação, Maria Conga criou um quilombo na Baixada Fluminense, no município de Magé, para receber escravos fugidos das fazendas da região. "Ergueu quilombo, deu um tombo no aparato desses capitães do mato, clamando libertação. Já foi vidraça, fez da luta uma couraça, e hoje o negro sem mordaça vem expor sua gratidão", agradece o samba.
Após sua morte, por volta de 1895, ela foi consagrada por Oxalá e coroada por Zambi, tornando-se um espírito de luz, que da continuidade a sua missão. Por isso a composição foi batizada de "A guerreira negra que dominou os dois mundos", pois irá contar a caminhada de Maria Conga tanto em vida, quanto no mundo espiritual. 
O carnavalesco Marcus Paulo, formado em Moda e Design pela Universidade Estácio de Sá e atualmente mestrando na escola de Belas Artes pela UFRJ, fará seu primeiro desfile com a azul e verde. A letra que será cantada na Marquês de Sapucaí no dia 21 de fevereiro foi composta por Cláudio Russo, Fadico e Anderson Benson.
Confia o samba da Acadêmicos da Rocinha: