Orquestra do samba na Cidade das Artes

Integrantes da Vila Isabel curtiram a gravação do samba para o desfile de 2024 na Cidade das Artes
Integrantes da Vila Isabel curtiram a gravação do samba para o desfile de 2024 na Cidade das Artes -

Projetada inicialmente como Cidade da Música, o complexo cultural da prefeitura Cidade das Artes Bibi Ferreira, localizado no coração da Barra da Tijuca, foi inaugurado em maio de 2013. O conjunto possui aproximadamente 95 mil metros quadrados e conta, além das salas de concerto e música de câmara, salas de ensaio, galerias, camarins, salas de aula e outros espaços. Muito desta infraestrutura por anos foi dedicada a abrigar a realização de peças de teatro, concertos e ensaios de orquestras, além de todo tipo de atividade, muitas vezes voltadas para o que é chamado de um gosto mais erudito. O samba já se fez presente com artistas do gênero, no geral menos conhecidos, e até algumas coisas de carnaval como lembra o músico Alceu Maia, ainda que de forma mais esporádica.

"Eu moro próximo a Cidade das Artes e acabo sempre recebendo, escutando a programação do espaço. Tem muito show de samba, pagode, tem teatro e o samba-enredo já esteve aqui. Eu já participei aqui de vários shows com uma mini bateria há muito tempo atrás e convidados. É uma coisa diferente, você não consegue fazer um ensaio completo de escola de samba em um local desses porque tem várias coisas acontecendo ao mesmo tempo", esclarece o músico.

Desde 1985 participando do processo de confecção do disco oficial das escolas de samba do Grupo Especial, em 2024, pelo segundo ano consecutivo, Alceu Maia é o produtor do álbum. As faixas do próximo carnaval estão sendo gravadas pela primeira vez em uma sala de ensaio de orquestras na Cidade das Artes, e, também, de forma inédita, em um formato audiovisual. Ter as escolas de samba em um complexo cultural da Prefeitura é, sem dúvida, também uma forma de valorizar a música , a arte que é tão brasileira e tão carioca. É o que pensa o vice-presidente da Liesa e presidente da Edimusa, gravadora oficial da entidade, Hélio Motta.

"A gente está entrando na sala de orquestra. É mais um simbolismo. O samba está entrando dentro de um sala que até ontem era exclusivamente para a burguesia branca, em que se ouvia violino, piano, baixo, agora estamos escutando tamborim, violão de sete cordas, cavaquinho. É mais um ato simbólico", define o dirigente.

Produtor musical, instrumentista e mestre de bateria da Vila Isabel, Macaco Branco falou sobre a experiência de gravar com a Swingueira de Noel no equipamento da Prefeitura.

"Acho que é um espaço que está aí para servir para isso mesmo, servir a nossa cultura, e a partir do momento que a gente pega para utilizar isso, tudo que são ferramentas para fazer que cada vez mais seja melhor o nosso trabalho, é muito válido. Estar vindo para esse lugar maravilhoso, com esse design, com esse tratamento acústico que tem a sala, é maravilhoso. A galera que vai ver o produto final vai gostar muito porque o projeto é muito bonito".

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