Rio - A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) divulgou um parecer técnico, nesta terça-feira (18), do recurso da Unidos de Padre Miguel contestando as notas recebidas no Carnaval deste ano e que levaram ao rebaixamento para Série Ouro. A entidade negou a solicitação da agremiação de Vila Vintém e também o pedido da Grande Rio, vice-campeã do Grupo Especial.
"O parecer do departamento jurídico esclarece que o regulamento do Carnaval 2025, o manual do julgador e o estatuto da entidade não preveem recursos em função de notas atribuídas por jurados. O parecer foi enviado à direção artística. Dessa decisão, as agremiações poderão recorrer ao Conselho Deliberativo e, em última instância, a Assembleia Geral", comunicou em nota.
A Liesa informou que a Unidos de Padre Miguel já apresentou um ofício solicitando ao Conselho Deliberativo da entidade uma Assembleia Geral.
Contestação
A Unidos de Padre Miguel expressou sua indignação com a justificativa dada por uma jurada que alegou "excesso" de termos em iorubá no samba-enredo. A agremiação levou para avenida a história de Iyá Nassô e do Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho.
"O enredo da UPM celebrou a ancestralidade afro-brasileira e a herança sagrada do Candomblé, e não aceitaremos que o racismo religioso seja normalizado em um espaço que deveria ser de exaltação da diversidade. O Carnaval é a maior manifestação popular do país, um palco de resistência e celebração das nossas raízes, e qualquer tentativa de silenciamento ou apagamento cultural deve ser combatida com rigor", repudiaram.
